Efeitos do tratamento com ácido gálico sobre parâmetros oxidativos, moleculares e comportamentais induzidos por cetamina em ratos
Fecha
2019-12-20Primeiro membro da banca
Rech, Virgínia Cielo
Segundo membro da banca
Segot, Hecson Jesser
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A cetamina é um anestésico dissociativo que bloqueia receptores glutamatérgicos NMDA, de uso clínico restrito devido ao alto potencial de abuso. Estudos têm mostrado o desenvolvimento de neurotoxicidade e prejuízos de memória frente a exposição aguda e crônica à cetamina. O ácido gálico (AG) é um antioxidante natural, cuja atividade têm mostrado benefícios sobre a memória. O presente estudo foi desenvolvido para avaliar possíveis ações benéficas do AG sobre as consequências nocivas decorrentes da administração aguda e subcrônica de cetamina em ratos machos adolescentes. Quarenta e cinco ratos Wistar foram distribuídos em dois protocolos experimentais (UFSM/8629131218) no protocolo 1 (exposição aguda tipo binge - Binge-KET), animais receberam cinco doses de cetamina (KET) (10 mg / kg, ip) a cada três horas nas primeiras 12h do dia, recebendo três doses de AG (13,5 mg / kg, po) ou veículo nas 12 horas seguintes; no protocolo 2 (exposição subcrônica a KET - SbChro-KET), os animais receberam uma dose díaria de KET (10 mg/kg, ip) durante 10 dias, sendo posteriormente tratados com uma dose diária de AG (13,5 mg / kg, po) ou veículo por três dias consecutivos. No protocolo I, a KET prejudicou a memória de trabalho dos animais ao reduzir o percentual de alternância no teste do labirinto em Y. Análises bioquímicas mostraram que estes animais apresentaram níveis aumentados de creatinina no plasma, de lipoperoxidação (LP) no rim e hipocampo, além de aumentada atividade da catalase (CAT) no fígado e hipocampo, a qual foi reduzida no rim. A exposição aguda à KET também modificou parâmetros moleculares, elevando a imunoreatividade hipocampal de pro-BDNF e TrkB. O tratamento com AG não reverteu a memória prejudicada pela KET aguda, porém reverteu totalmente os niveis de creatinina (plasma), da atividade da CAT (fígado e hipocampo) e da LP (rim), além de reverter o imunoconteúdo de pré-BDNF e TrKB. No protocolo II, os animais subcronicamente expostos a KET mostraram prejuízos de memória, aumentados níveis de AST e ALT no plasma, de LP no fígado, rim e hipocampo, além de aumentada atividade da CAT no fígado e rim. À nível molecular, tal exposição à KET elevou a imunorreatividade do pró-BDNF e reduziu os níveis de BDNF e TrkB no hipocampo. O AG recuperou a memória de trabalho, antes prejudicada pela droga no protocolo agudo, recuperou totalmente os níveis de AST e ALT no plasma, e também da LP no rim, fígado e hipocampo além da atividade da CAT no fígado e rim. Todas a alterações moleculares hipocampais (pró-BDNF, BDNF e TrkB) induzidas pela exposição subcrônica à KET foram revertidas pelo AG. Interessantemente, os níveis de BDNF mostraram correlação negativa com níveis de LP no hipocampo e positiva com o percentual de alternância no labirinto-Y, enquanto este último mostrou correlação negativa com os níveis hipocampais de LP. Diante destes resultados, é possível sugerir que, após estudos clínicos, o AG poderá ser considerado um agente antioxidante natural de utilidade promissora para reversão de danos induzidos pelo uso abusivo tanto agudo como subcrônico de KET.
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