Atividade radioprotetora, perfil toxicológico e efeito contra a toxicidade da ciclofosfamida do extrato de tucumã: estudos in vitro e in vivo
Fecha
2020-08-04Primeiro membro da banca
Santos, Gabriela Trevisan dos
Segundo membro da banca
Krause, Luciana Maria Fontanari
Terceiro membro da banca
Pavanato, Maria Amália
Quarto membro da banca
Sagrillo, Michele Rorato
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
O câncer é uma doença multifatorial caracterizada pela perda de controle da divisão celular. Os tratamentos existentes para o câncer incluem a radioterapia e a quimioterapia, que fazem uso de radiação ionizante e quimioterápicos para induzir a morte celular, respectivamente. Entretanto, os efeitos adversos decorrentes dos tratamentos podem tornar-se graves e até levar à interrupção dos mesmos. Produtos naturais estão ganhando grande destaque para atenuar esses efeitos devido aos seus compostos bioativos. Nesse cenário, o tucumã é um fruto amazônico de grande interesse farmacológico por possuir importantes substâncias bioativas, que podem atuar na redução dos danos induzidos pela radiação e quimioterapia. Dessa maneira, decidimos investigar o potencial efeito do extrato bruto de tucumã (EBT) em atenuar os efeitos causados pela radiação em um modelo in vitro. Na sequência, foi investigada a potencial toxicidade aguda e de doses repetidas do EBT e sua atividade contra a toxicidade da ciclofosfamida (CFF), em modelos in vivo. Além disso, realizamos a caracterização fitoquímica do extrato através de HPLC-PAD, GC-MS e UHPLC-MS. Essas análises revelaram a presença de polifenóis, flavonoides, catequinas, carotenoides e ácidos graxos saturados e insaturados. Para o estudo in vitro, queratinócitos e fibroblastos foram tratados com o EBT (por 24h) e expostos à radiação na dose 2Gy. Após 24h, foram realizadas análises de marcadores apoptóticos e do estresse oxidativo, mortalidade celular e fatores de crescimento. Para a toxicidade aguda, foram utilizadas ratas Wistar divididas em controle e teste, as quais as últimas foram tratadas com o EBT na dose única de 2000 mg/kg. Para o estudo de toxicidade de doses repetidas foram utilizados ratos machos e fêmeas que, excetuando pelo grupo controle, foram tratados com o EBT nas doses 200, 400 e 600 mg/kg, via oral, durante 28 dias. Parâmetros fisiológicos, comportamentais, hematológicos, bioquímicos, histopatológicos e marcadores do estresse oxidativo foram analisados. Para o terceiro estudo, foram utilizados ratos Wistar divididos em tratamento e pré-tratamento. Nos primeiros, a administração da CFF antecedeu o tratamento oral com o EBT; enquanto que no pré-tratamento, o contrário ocorreu. A CFF foi administrada (via IP) na dose de 150 mg/kg (divididas em três dias) e o EBT foi administrado nas doses de 100, 200 e 400 mg/kg, via oral, por 14 dias. Parâmetros fisiológicos, hematológicos, bioquímicos e marcadores do estresse oxidativo foram analisados. Em relação aos resultados do estudo in vitro, a radiação alterou os níveis dos marcadores apoptóticos e do estresse oxidativo avaliados, além dos fatores de crescimento. O pré-tratamento com o extrato de tucumã foi capaz de atenuar os parâmetros citados, variando de acordo com o tipo de célula. Em referência ao estudo de toxicidade aguda, durante o período de experimento não houve sinais de toxicidade, nem mortes foram registradas. Entretanto, quando administrado repetidamente e na dose mais alta (600 mg/kg), foi observada toxicidade renal em machos, evidenciada pela análise histológica. Nos demais parâmetros, tanto de machos quanto de fêmeas, não foram encontrados sinais de toxicidade e nem mortalidade foi registrada. Assim, o EBT pode ser considerado seguro quando administrado em doses baixas. Após exposição à CFF, foram observadas alterações nos pesos corporais, dos órgãos e nos pesos relativos. Além disso, as análises hematológicas e bioquímicas também apresentaram alterações, variando para cada estudo. As administrações orais de EBT não foram capazes de atenuar significativamente esses parâmetros. Entretanto, o EBT melhorou os níveis de MDA e carbonilação, assim como da atividade da SOD, todos afetados pela CFF. O pré-tratamento mostrou os melhores resultados em atenuar os efeitos tóxicos da CFF, especialmente na melhora dos marcadores de dano oxidativo. Dessa maneira, os resultados encontrados são promissores, indicando que o tucumã é um fruto com potenciais atividades biológicas, porém deve ser utilizado em doses baixas.
Colecciones
El ítem tiene asociados los siguientes ficheros de licencia: