Desabusadas e levadas do diabo: mulheres pobres no ambiente urbano de Santa Maria no início do século XX (1903-1918)
Fecha
2021-04-30Primeiro coorientador
Flores, Mariana Flores da Cunha Thompson
Primeiro membro da banca
Moreira, Paulo Roberto Staudt
Segundo membro da banca
Rossi, Daiane Silveira
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Nos últimos anos os estudos e pesquisas dedicados a refletir o cotidiano e as experiências da população pobre têm não apenas crescido, como também elaborado suas análises a partir de fontes ainda não tão exploradas pela historiografia para pensar esses sujeitos. Nesse sentido, o presente trabalho financiado com bolsa CAPES/DS, inserido na linha de pesquisa Cultura, Migrações e Trabalho se dedica a elaboração dos perfis sociais e as experiências das mulheres pobres no ambiente urbano da cidade de Santa Maria, localizada no interior da região central do estado do Rio Grande do Sul, nos anos iniciais do século XX (1903-19018). Essa construção se dará através de documentações referentes a saúde, como os Registros de Entrada de Pacientes do Hospital de Caridade de Santa Maria, e à justiça, como os processos-crime. O contexto em que as mulheres por nós estudadas traçaram suas trajetórias refere-se ao pós-abolição, onde nos derradeiros anos do império e nas primeiras décadas da República brasileira uma sorte de transformações se manifestam, sejam relas relativas às geografias das cidades pelas obras de modernização pautadas por um urbanismo higienista como também a nível dos cotidianos, onde as formas de controle da população foram reorganizadas, e o recrudescimento da empreitada persecutória às classes populares foram expressos. As diferentes condições de acesso à igualdade e à cidadania as quais foram expostos homens e mulheres egressos do cativeiro, como também seus descendentes, se soma à incapacidade urbana de absorver o enorme contingente de trabalhadores agora disponíveis. A intensificação do estímulo à imigração europeia não só adiciona mais e mais pessoas nas ruas das cidades, como também é combustível para animosidades que refletem a profunda racialização social, bem como os agravos e atenuantes que marcadores sociais como sexo, cor, classe e nacionalidade geram no sentido de acesso ao afeto, à cidade, aos empregos e à saúde neste momento. Através de uma análise micro-histórica, serial e interseccional, buscamos atentar para as diferenças e especificidades constituintes das mulheres estudadas.
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