Fraturas ósseas em mulheres na pós-menopausa: um estudo de coorte em Santa Maria/RS
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Data
2021-03-31Primeiro membro da banca
Moresco, Rafael Noal
Segundo membro da banca
Bochi, Guilherme Vargas
Terceiro membro da banca
Schuch, Natielen Jacques
Quarto membro da banca
Ferrari, Teresa Cristina de Abreu
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A osteoporose é caracterizada por baixa massa óssea associada a anormalidades na microarquitetura do osso aumentando o risco de fraturas de fragilidade. Apesar de existirem diretrizes para o diagnóstico e tratamento da osteoporose, que poderia reduzir a incidência de fraturas em mais de 70%, esta enfermidade continua sendo subdiagnosticada e subtratada. O conhecimento da epidemiologia das fraturas e seus fatores de risco é fundamental para o planejamento de ações preventivas e estratégias de tratamento. O índice de massa corporal (IMC) é um importante determinante da densidade mineral óssea (DMO) e acreditava-se que a obesidade fosse fator protetor contra fraturas. Entretanto, estudos tem desafiado essa suposição e evidenciado que fraturas em pessoas obesas contribuem substancialmente para o número total de fraturas. Portanto, os objetivos deste estudo foram estabelecer a incidência de fraturas ósseas na população de mulheres na pós-menopausa frequentadoras da atenção primaria do município de Santa Maria, avaliar suas características epidemiológicas, a utilidade do algoritmo FRAX nessa população e avaliar a associação entre obesidade e fraturas ósseas. Foi realizado um estudo de coorte no município de Santa Maria, em mulheres com idade igual ou maior a 55 anos, na pós-menopausa e que frequentassem a unidade básica de saúde. O período de recrutamento foi de 01 março a 31 agosto de 2013. As participantes foram seguidas a partir de 01 de setembro de 2013 ate 31 de julho de 2018. No contato inicial foi realizado um questionário e mensurados peso e altura. O seguimento foi realizado em 854 mulheres que contribuíram para 2732 pessoas/ano, foi feito contato telefônico anual durante 5 anos com as participantes coletando informações que incluíam ocorrência de fraturas ósseas, diagnóstico ou tratamento de osteoporose, comorbidades novas e uso de medicamentos. No quinto ano do estudo foram realizadas visitas nas unidades básicas de saúde para revisão da incidência de fratura das participantes do estudo. O tempo médio de seguimento foi 3,2 anos (DP 1,05; seguimento mínimo 1.1 anos e máximo 5.6 anos). Durante esse período ocorreram 62 fraturas em 58 mulheres. As incidências de fraturas totais e fraturas maiores em nosso estudo foram 22,3 e 15,0 fraturas por 1000 pessoas/ano, respectivamente. Os sítios mais frequentes de fraturas foram 1) punho, 2) ombro, 3) costelas e 4) quadril. Artrite reumatoide, fratura previa e uso de glicocorticoides foram fatores de risco para fraturas no nosso estudo. As mulheres que fraturaram apresentaram escores de risco absoluto de fraturas em 10 anos calculados pelo algoritmo FRAX mais alto que as mulheres que não fraturaram. A Incidência de fraturas foi similar em mulheres obesas e não obesas (24.2 per 1000 pessoas/ano vs. 22.9 per 1000 pessoas/ano, respectivamente; p=0.864 – Kaplan Meier). Conclui-se que a incidência de fraturas nas mulheres pós-menopausa de Santa Maria foi alta e similar a outros estudos de populações brasileiras e da América Latina e que a obesidade não constitui fator de proteção para fraturas ósseas.
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