Lesões no sistema nervoso central e na pele de cães com cinomose submetidos à necropsia na região central do Rio Grande do Sul, Brasil
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Fecha
2021-12-10Primeiro membro da banca
Fernandes, Cristina Gevehr
Segundo membro da banca
Masuda, Eduardo Kenji
Terceiro membro da banca
Pierezan, Felipe
Quarto membro da banca
Giaretta, Paula Roberta
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A cinomose é uma doença viral frequentemente fatal em cães, causada pelo vírus da cinomose canina (CDV). Muitos aspectos da cinomose permanecem pouco elucidados. O objetivo desse trabalho foi explorar formas de apresentação incomuns ou pouco exploradas na literatura. O primeiro artigo da tese teve o objetivo de caracterizar a distribuição e aspectos histopatológicos das lesões de medula espinhal em cães com a forma espontânea de leucoencefalomielite desmielinizante (LEMD). Foram estudados 17 cães com LEMD submetidos à necropsia no Laboratório de Patologia Veterinária da UFSM (2006-2008). Secções de medula foram submetidas a Hematoxilina e Eosina (H&E), Luxol Fast Blue e imuno-histoquímica para CDV. Setenta e duas das 231 secções de medula espinhal tinham lesões, que afetavam consistentemente a substância branca. A região lombossacra foi mais afetada (13/17), seguida de toracolombar (11/17), cervical (9/17) e cervicotorácica (9/17). As áreas mais afetadas foram funículos lateral (42/72) e dorsal (31/72). Desmielinização (17/17), astrocitose (17/17), microglioses (17/17), gemistócitos (11/17) e inflamação não supurativa (10/17) foram os achados mais comuns na substância branca. Alterações de substância cinzenta incluíram gliose (8/17), inflamação não supurativa (7/17) e malácia (5/17). Lesões agudas foram mais prevalentes (13/17), no entanto, era comum o mesmo cão apresentar lesões em diferentes estágios de evolução em regiões distintas da medula. As lesões de medula nem sempre se correlacionaram com os sinais clínicos apresentados, e alguns cães não apresentaram sinais indicativos de lesão em medula espinhal. O segundo estudo teve o objetivo de caracterizar lesões de hiperceratose em coxim, plano nasal e outras regiões de pele em cães com cinomose. Foram investigados 12 cães com cinomose e hiperceratose cutânea concomitante, submetidos à necropsia no Laboratório de Patologia Veterinária da UFSM (2006-2018). Foi realizada reavaliação histológica das lesões de pele e imuno-histoquímica para antígenos do CDV. Os 23 focos de hiperceratose cutânea afetaram coxins (11/12), plano nasal (4/12), região periocular (2/12), abdômen ventral (2/12), pele hirsuta do focinho (2/12), escroto (1/12) e vulva (1/12). Das 22 amostras de pele, 17 foram submetidas à reavaliação histológica. A análise histopatológica revelou hiperceratose ortoceratótica em todos os casos, por vezes acompanhada de outras lesões, dentre as quais: inclusões intracitoplasmáticas (14/17), acantose (9/17) e degeneração hidrópica (6/17). Quinze secções histológicas de 11 cães foram positivas na imuno-histoquímica. A marcação foi mais comum na epiderme, seguida por glândulas sudoríparas e células endoteliais/perícitos dos vasos sanguíneos. Não houve diferenças nos achados histopatológicos e imuno-histoquímicos entre pele da região naso-digital e das demais regiões. Ressalta-se a importância do reconhecimento de lesões cutâneas, contribuindo para o diagnóstico precoce. Esse trabalho caracterizou lesões pouco exploradas no sistema nervoso central e pele de cães com cinomose. Espera-se que os presentes resultados possam auxiliar no diagnóstico clinicopatológico de casos de cinomose com lesões de pele e medula espinhal em cães, além de contribuir para futuros estudos de patogênese da doença.
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