Patogênese experimental de parapoxvírus bovino 2 em bezerros, e poxvírus suíno como modelo para inativação viral em carcaças
Ver/
Fecha
2022-03-31Primeiro coorientador
Weiblen, Rudi
Primeiro membro da banca
Brum, Mário Celso Sperotto
Segundo membro da banca
Cargnelutti, Juliana Felipetto
Terceiro membro da banca
Bauermann, Fernando Viçosa
Quarto membro da banca
Martins, Mathias
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Os poxvírus de animais apresentam importância sanitária e econômica como patógenos,
mas também tem sido utilizado como vetores vacinais, imunoestimulantes e como
modelos para outros vírus. Esta tese é composta por dois estudos envolvendo vírus da
família Poxviridae, com enfoques diferentes. No primeiro projeto, estudou-se a
patogenia da infecção pelo Parapoxvírus bovino 2 (Pseudocowpox virus, PCPV) em
bezerros. Já no segundo, utilizou-se o Poxvírus suíno (Swine poxvirus, SPV) como
modelo para inativação viral em carcaças. No experimento 1, bezerros de 3 – 4 meses
de idade foram inoculados pela via intranasal (n=6) ou no plano nasal (n=2) com um
isolado de PCPV que excretou o vírus até o dia 13 pós-inoculação (pi), mas não
desenvolveram sinais locais ou sistêmicos até o dia 20pi. Entre os dias 28-34pi, no
entanto, sete (7/8) bezerros inoculados desenvolveram um curso clínico assíncrono, com
o desenvolvimento de número variável de lesões pápulo-pustulosas, erosivo-fibrinosas e
crostosas no focinho, em alguns casos estendendo-se aos lábios e gengiva. Em alguns
animais, as lesões coalesceram, formando extensas placas fibrinóticas/necróticas e
crostosas cobrindo quase inteiramente o focinho. O curso clínico durou de 8 a 15 dias e
diminuiu progressivamente após o dia 42pi. O DNA viral foi detectado por PCR em
suabes coletados de lesões de seis animais entre os dias 34 e 42pi. O exame histológico
de fragmentos coletados das lesões do focinho de dois bezerros afetados (dia 36pi)
revelou hiperplasia epidérmica acentuada e hiperceratose ortoceratótica e paraceratótica
grave, coberta por crostas espessas. A epiderme apresentava áreas multifocais de
necrose coalescente de queratinócitos e leve degeneração vacuolar multifocal.
Microabscessos ocasionais também foram observados na epiderme. Amostras de soro de
bezerros coletadas no dia 50 pi apresentaram neutralização parcial do vírus em baixas
diluições (1:5, 1:10 e 1:20), indicando soroconversão. No estudo 2, investigou-se a
viabilidade do SPV em carcaças suínas pelo método de AGB (above ground burial),
como modelo para o vírus da peste suína africana (African swine fever virus, ASFV).
Para isso, o SPV foi inoculado por via intrafemoral em 90 carcaças de suínos adultos.
Amostras de medula óssea foram coletadas e testadas periodicamente ao longo de 12
meses. No estudo in vitro, inóculos de Senecavírus A (SVA), vírus da diarreia viral
bovina (BVDV) e SPV foram homogeneizados com material de medula óssea e
mantidos a 21-23ºC por 30 dias. Em ambos os estudos, a viabilidade do vírus foi
avaliada por isolamento viral, enquanto a presença de ácido nucleico viral foi avaliada
por qPCR. No estudo de campo, o SPV permaneceu viável em 11 (55%) amostras de
medula óssea coletadas apenas no dia 7; posteriormente apenas o DNA viral foi
detectado. Estima-se que a inativação viral completa tenha ocorrido ao redor do dia
11pi. Os testes in vitro revelaram uma resistência variável dos vírus estudados. A
viabilidade foi estimada em 80, 118 e 28 dias para SPV, SVA e BVDV, respectivamente.
Desta forma, no primeiro estudo observou-se um curso clínico tardio e severo associado
com a inoculação de PCPV em bezerros, pouco comum em infecções experimentais
pelos parapoxvírus bovinos. No segundo estudo demonstrou-se que a técnica AGB foi
eficaz na inativação de SPV em curto prazo. Assim, considerando-se que taxa de
inativação do SPV é comparável à do ASFV em estudos de campo, essa técnica pode ser explorada para futuros estudos com o ASFV. Além disso, este estudo contribui para a
compreensão da cinética de inativação de vírus em condições específicas, o que é
fundamental para projetar e aplicar contramedidas em caso de violação de
biossegurança em locais de gerenciamento de mortalidade animal.
Colecciones
El ítem tiene asociados los siguientes ficheros de licencia: