Epidemiologia e análise molecular de Leptospira spp. patogênicas em morcegos do estado Rio Grande do Sul, Brasil
Fecha
2022-02-24Primeiro membro da banca
Von Laer, Ana Eucares
Segundo membro da banca
Tonin, Alexandre Alberto
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Mostrar el registro completo del ítemResumen
A leptospirose é causada pela bactéria do gênero Leptospira spp. a qual apresenta considerável impacto à economia, à saúde pública e à sanidade animal, caracterizando-se por ser uma zoonose de distribuição mundial e de elevada ocorrência no Brasil. Leptospira spp. está presente em ambientes rurais e urbanos e é transmitida por contato direto ou indireto, especialmente, com a urina de animais infectados. Desta forma, espécies domésticas e silvestres podem albergar a bactéria nos túbulos renais e servir como fonte de infecção para outros hospedeiros, demonstrando o amplo espectro infeccioso desta enfermidade entre mamíferos. Estudos sobre a presença de Leptospira spp. em animais silvestres e sinantrópicos são relevantes para demonstrar a distribuição da leptospirose em uma determinada região. Dentro deste contexto, os quirópteros são uma importante ordem de animais silvestres, que atuam como reservatório para a bactéria e podem transmiti-la para outras espécies de animais e inclusive para o homem; portanto, os morcegos podem atuar como reservatórios para a leptospirose em diferentes regiões. Devido à importância desta doença à saúde pública e ao escasso conhecimento quanto ao perfil epidemiológico da leptospirose em quirópteros, buscou-se colaborar com a elucidação da ecoepidemiologia desta importante zoonose no Rio Grande do Sul (RS). Para tanto, objetivou-se realizar uma investigação molecular e filoepidemiológica de Leptospira spp. em tecido renal de morcego. O DNA total foi extraído a partir de 102 amostras de tecido renal de diferentes espécies de morcegos e cidades do RS, Brasil. A reação em cadeia da polimerase (PCR) foi utilizada para amplificar um fragmento do gene lipL32 que detecta exclusivamente Leptospira spp. patogênicas. A maioria das espécies de morcegos coletados foram classificadas como insetívoros: 12,7% (13/102) Tadarida brasiliensis, 2,9% (3/102) Molussus correntium, 2% (2/102) Molossus rufus e 1% (1/102) Histiotus velatus, Myotis levis e Lasiurus blossevillii. Das amostras analisadas, o DNA dessa bactéria foi detectado em 22,5% (23/102) das amostras de tecido renal de morcego. A presença de DNA de Leptospira spp. patogênicas foi detectada em morcegos insetívoros e, por análise filogenética, observou-se a presença de Leptospira interrrogans circulante em quirópteros no Sul do País, uma importante região de trânsito internacional de pessoas e animais entre Brasil, Uruguai e Argentina. Adicionalmente, se enfatiza que este foi o primeiro estudo que utilizou análises filogenéticas para detecção de L. interrrogans em morcegos no Brasil. A detecção molecular de Leptospira spp. patogênicas em morcegos demonstra a possível participação dos quirópteros na cadeia de infecção da leptospirose e, portanto, tais animais podem desempenhar um relevante papel como reservatórios e disseminadores desse microrganismo. Além disso, evidencia-se a importância do monitoramento de agentes infecciosos, especialmente aqueles com potencial zoonótico em animais silvestres.
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