Gestão educacional e inclusão de alunos com autismo e psicose: é muito difícil?
Resumen
O presente estudo tem como objetivo investigar como os gestores educacionais
percebem a inclusão de alunos com autismo e psicose. Para realizar essa pesquisa
procurei refletir a respeito das repercussões da atual proposta de gestão
educacional no ambiente escolar. A partir da década de 90, muitas transformações
vêm sendo produzidas no âmbito da educação. Os professores não se sentem
preparados para atender às demandas da política educacional inclusiva, a essa
questão respondem “é muito difícil”. No decorrer deste estudo busquei desvendar
nas falas dos entrevistados, o que “é difícil”. Para isso, procurei explorar como a
gestão das escolas vem se organizando a partir das políticas educacionais vigentes,
tendo como focos principais a política de inclusão e a inclusão de alunos com
autismo e psicose. Como suporte metodológico realizou-se entrevistas semiestruturadas
junto aos gestores educacionais, respeitando o preceito de que todos
na comunidade escolar fazem parte da gestão da escola. As entrevistas revelaram
que existe um mal estar instalado nas escolas que se evidencia no posicionamento
dos profissionais docentes diante dos percalços diários do ambiente escolar. Estes
se encontram desacreditados com sua prática e envoltos por sentimentos de
impossibilidade e solidão. No caso dos alunos com autismo e psicose a saída
encontrada pelos sujeitos desta pesquisa, para o fato de não saberem como lidar
com esses alunos, é, novamente, a questão social. A socialização foi apontada
como principal objetivo na escolarização desses alunos. Os sentimentos de
incapacidade e descredibilidade, diante da inclusão de alunos autistas e psicóticos,
revelam por que é “muito difícil” incluir esses alunos.
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- Gestão Educacional [292]