História de famílias no Rio Grande do Sul: readaptações e resistências em um contexto militarizado (1825 a 1845)
Resumen
O presente trabalho analisa a instituição familiar no Rio Grande do
Sul, com ênfase a localidade de Rio Pardo, entre os anos de 1825 e 1845,
época que compreende as Guerras da Cisplatina e Farrapos. O Rio Grande
do Sul, região militarizada e de fronteira, deve ser avaliado segundo suas
próprias características – que o distinguem do nordeste açucareiro
considerado berço da família patriarcal tipicamente brasileira. Temos em
mente, também, a diversidade existente no território sul-rio-grandense. A
inviabilidade de contemplar toda a região fez-nos optar por analisar uma
localidade influente, da então província do Rio Grande de São Pedro, Rio
Pardo. Este município, devido a sua importância à época, permitiu-nos
entender melhor a conjuntura familiar do restante da província. À medida
que pesquisamos o tema, inferimos que a constante movimentação militar
ocasionou relações extramatrimoniais, estáveis ou não, entre os homens
para cá destacados e mulheres não brancas. Possibilitou, também, a
existência de uma numerosa prole ilegítima, sem, porém, descartar a
existência de famílias convencionais e sacramentadas. Em ambos os casos
foram comuns os exemplos de ausência constante da presença masculina,
além de famílias administradas por mulheres. O contexto beligerante
revelou também as estratégias e favorecimentos utilizados pelas famílias
para resistirem aos momentos de conflito.
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- História do Brasil [58]