Avaliação da contaminação de um rio utilizado para abastecimento humano por meio de biomarcadores de toxicidade
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Data
2020-02-28Primeiro membro da banca
Golombieski, Jaqueline Ineu
Segundo membro da banca
Cattaneo, Roberta
Metadata
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A contaminação dos recursos hídricos pelos agrotóxicos é um problema ambiental crescente que pode ocasionar efeitos adversos em organismos não-alvo e, por consequência, em todo ecossistema. Os agrotóxicos utilizados na agricultura podem contaminar os recursos hídricos, sobretudo, pelo escoamento superficial, lixiviação e processos erosivos. O Brasil é um dos maiores consumidores destes produtos químicos, e o destino majoritário da comercialização de agrotóxicos é para a cultura da soja. Dentre os estados brasileiros, o Rio Grande do Sul (RS) tem participação importante na produção agrícola do país, com destaque aos munícipios da região norte-noroeste. Diante disso, o objetivo deste estudo foi verificar a presença de agrotóxicos no Rio Potiribu, no município de Ijuí, localizado no noroeste do RS, e avaliar os possíveis efeitos tóxicos destes em lambaris (Astyanax sp.) por meio de biomarcadores de toxicidade, em diferentes períodos de cultivos agrícolas. Foram realizadas coletas de água, sedimento e peixes, em três pontos do Rio Potiribu, no verão (fim do mês de janeiro), outono (início de junho) e inverno (início de setembro) de 2019. Em relação as variáveis físico-químicas da água, de maneira geral a pior qualidade foi registrada no verão e a melhor no inverno. Foram detectados na água os agrotóxicos clomazone, atrazina e imidacloprido no verão e inverno, e no outono clomazone e imidacloprido; já no sedimento, apenas foi detectado o agrotóxico fenpropimorfe no outono. Não foram detectados agrotóxicos no músculo de Astyanax sp. No verão foi observado os maiores níveis de proteínas carbonil nas brânquias, maiores níveis de tióis não proteicos no fígado e no músculo dos peixes, já nas brânquias, cérebro e intestino houve menores níveis de tióis não proteicos neste período. No outono, houve menor atividade da acetilcolinesterase no músculo, maiores atividades da catalase no fígado, e maiores níveis de proteínas carbonil em todos os tecidos. No inverno, observou-se níveis mais altos de peroxidação lipídica no músculo e cérebro dos peixes, assim como da atividade da glutationa S-transferase e níveis de tióis não proteicos nas brânquias, cérebro e intestino. As respostas obtidas pelos biomarcadores podem estar relacionadas tanto com os agrotóxicos detectados na água, quanto pela descarga de esgotos domésticos no Rio Potiribu, e revelaram a complexidade do biomonitoramento, tendo em vista a ampla mistura de compostos químicos presentes na água, aliada às variáveis abióticas.
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