Determinação dos compostos bioativos de ingá (Inga marginata Willd), por diferentes métodos de extração, caracterização química e citotoxicidade
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Data
2020-03-02Primeiro membro da banca
Dalla Nora, Flávia Michelon
Segundo membro da banca
Alves, Cristina Jansen
Metadata
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A associação entre a ingestão de frutos com um estilo de vida saudável reduz muitos tipos de
doenças, inclusive as degenerativas devido aos compostos bioativos presentes. O Ingá é
considerado um fruto abundante em diversos ambientes, e sabe-se que possui compostos
bioativos como os compostos fenólicos (flavonoides como antocianinas, flavonóis e seus
derivados), ácidos fenólicos (ácidos benzoico, cinâmico e seus derivados) e cumarinas. Dentre
os fenólicos, destacam-se os flavonoides, os ácidos fenólicos, os taninos e os tocoferóis como
os mais comuns antioxidantes. Desta forma, este trabalho teve como objetivo determinar os
compostos bioativos obtidos por diferentes métodos de extração, além disso foi feita a
caracterização do perfil químico e a citotoxicidade da fração casca e polpa e da semente do
Ingá. Foi analisada a toxicidade dos extratos na linhagem celular 3T3 pela viabilidade celular
através dos testes MTT e NRU. Os extratos hidroetanólicos foram preparados a 70% (v/v)
para a extração dos compostos bioativos por extração convencional, ultrassom e micro-ondas
focalizado. Foram realizadas as análises de compostos fenólicos totais, flavonoides, DPPH
(IC50) e ORAC, avaliando o tempo e temperatura, e a identificação do perfil químico por
espectrometria de massas ESI-TOF-MS. O extrato da fração casca e polpa do Ingá em todas
as concentrações não foi citotóxico, já o extrato da semente apresentou toxicidade para os dois
testes, diante disso a pesquisa foi realizada somente com os extratos da casca e polpa. O
extrato obtido através da extração convencional apresentou maior teor de fenólicos totais,
flavonoides e maior capacidade antioxidante na condição de 60 ºC por 5 minutos. A
temperatura teve efeito significativo para todas as determinações já o tempo apresentou efeito
significativo somente para a determinação de flavonoides, havendo interação entre o tempo e
temperatura. Para a extração por ultrassom, a melhor condição foi na temperatura de 60 ºC por
5 minutos, no qual foram obtidos maiores teores dos compostos bioativos. A temperatura teve
efeito significativo, o tempo somente teve efeito e interação com a temperatura na
determinação dos flavonoides. O extrato obtido pela extração por micro-ondas focalizado
apresentou maior teor de fenólicos totais, flavonoides e capacidade antioxidante na condição
de 60 ºC por 25 minutos. Neste método de extração, à medida que o tempo e a temperatura
foram elevados, maior foi o teor dos compostos extraídos, apresentando efeito significativo e
interação entre as variáveis para os fenólicos totais. Além da determinação dos compostos
bioativos, foram também caracterizados os extratos obtidos por diferentes métodos de
extração, sendo que na extração convencional foram identificados 7 compostos, na extração
por ultrassom e micro-ondas focalizado foram encontrados 11 compostos iguais,
independentemente do método. Nesse sentido, pode-se inferir que, a fração casca e polpa de
Ingá é boa fonte de compostos bioativos com ação antioxidante, sendo de grande interesse na
extração destes compostos para aplicação em produtos alimentícios, além de contribuir na
redução de resíduos.
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