As representações da cultura do estupro e da violência de gênero a partir do cinema de Karim Aïnouz: uma análise dos filmes “O céu Suely” e “A vida invisível”
Fecha
2021-03-15Primeiro membro da banca
Escosteguy, Ana Carolina Damboriarena
Segundo membro da banca
Antunes, Elton
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Esta pesquisa apresenta uma análise das representações da cultura do estupro e da
violência de gênero a partir dos filmes (cultura registrada) do cineasta brasileiro
Karim Aïnouz, especificamente “O céu de Suely” (2006) e “A vida invisível” (2019),
com o objetivo de compreender de que forma essas representações, pensadas a
partir das normas patriarcais hegemônicas, dialogam com o contexto de produção dos
objetos de estudo (cultura vivida). Ainda, pretende-se problematizar os
comportamentos violentos, principalmente, os masculinos, que ocorrem no seio de
uma sociedade patriarcal, machista e misógina, que tenta manter a mulher sob
controle dos padrões de gênero, relegando ao feminino lugares específicos e
desiguais no que diz respeito a liberdades, direitos e segurança. Para tanto, este
estudo explora as origens, as motivações e a trajetória da cultura do estupro e das
práticas de violência de gênero, a partir do levantamento histórico e conceitual, e da
exploração do contexto social que permeia esse cenário. A fundamentação teórica
está aportada nos Estudos Culturais e em conceitos, como representação, gênero,
cultura e hegemonia. A metodologia utilizada está fundamentada na análise culturalmidiática
e em alguns preceitos da análise fílmica. Os resultados obtidos
demonstram que, de uma maneira geral, as representações da cultura do estupro e
da violência de gênero, presentes na cultura registrada, dialogam de uma forma
fidedigna com a cultura vivida, identificada por meio da investigação do contexto
histórico, social e político da década de 1950 e da contemporaneidade, desde uma
perspectiva das relações de poder e gênero, exemplificadas por ações violentas
contra a mulher de cunho físico, sexual, simbólico, psicológico e moral e
naturalização do estupro marital.
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