Efeito da etapa supragengival na terapia periodontal: uma meta-análise de ensaios clínicos randomizados
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Data
2022-06-24Primeiro membro da banca
Fiorini, Tiago
Segundo membro da banca
Moreira, Carlos Heitor Cunha
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Mostrar registro completoResumo
A periodontite é uma doença crônica, multifatorial, de natureza inflamatória, causada por
uma disbiose entre a mircobiota oral e a resposta individual do hospedeiro, caracterizada
clinicamente pela destruição dos tecidos de suporte dentários. Para seu tratamento, a
academia preconiza que primeiramente seja realizada uma abordagem inicial de
adequação supragengival, a qual visa principalmente mudanças comportamentais iniciais
e, se necessário, o controle dos fatores de risco. Na sequência, é recomendada a segunda
abordagem (relacionada a causa), com raspagem e alisamento radiculares subgengivais
realizadas profissionalmente. Porém, ambas etapas podem ser entregues simultaneamente
pelo profissional, o qual manejará as mudanças comportamentais do paciente durante o
processo da terapia. De acordo com nosso conhecimento, não há nenhuma revisão
sistemática que tenha avaliado ensaios clínicos randomizados comparando estas duas
formas de abordagem. Portanto, o objetivo desta revisão sistemática foi responder as
seguintes questões PICOS. Questão Focada (QF) 1: A terapia periodontal não-cirúrgica
(TPNC) quando realizada em etapas distintas (1ª etapa: abordagem supragengival;
segunda etapa: abordagem subgengival) produz melhores resultados do que ambas etapas
realizadas simultaneamente? QF2: Qual é o efeito da etapa supragengival realizada
isoladamente (apenas a etapa supragengival) em comparação a TPNC completa nos
indicadores clínicos e nos desfechos centrados no paciente? As bases de dados eletrônicas
Medline / PubMed, Embase, Web of Science, Lilacs e fontes de literatura cinza foram
pesquisadas por ensaios clínicos randomizados até 08 de maio de 2022, sem restrições de
língua ou data. Após etapas de triagem e elegibilidade, dois estudos foram incluídos para
QF1 totalizando 77 participantes e para a QF2 quatro estudos foram incluídos, totalizando
362 participantes. Metanálises de evidências diretas forma realizadas com modelos de
efeitos aleatórios. FQ1: Nenhuma diferença significativa foi encontrada entre realizar
TPNC em passos distintos ou ambas etapas simultaneamente, independente do indicador
clinico avaliado (médias de profundidade de sondagem (PS), de nível de inserção clínico
(NIC), proporção média (%) de sítios com sangramento a sondagem (SS) ou de sítios com
PS ≥ 5 mm). FQ2: TPNC completa foi significativamente melhor comparada a etapa
supragengival realizada isoladamente em relação a melhora dos indicadores de PS e NIC
médios, proporção (%) de SS e de sítios com PS 4-6 mm PS > 6mm. Não há desfechos
centrados no paciente comparando ambas abordagens. Estes achados apontam que ambas
etapas (supra e subgengival) são necessárias para o tratamento de pacientes portadores de
periodontite e que, até o momento, não há evidências suficientes para indicar
superioridade de uma ou outra forma de abordagem na TPNC. Contudo, dado o limitado
número de estudos primários realizados e baixa certeza das evidências, conclusões
definitivas não podem ser elaboradas até que novos estudos primários sejam conduzidos.
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