Assinaturas polarimétricas em tempestades supercelulares no Sul do Brasil
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Data
2022-08-26Primeiro coorientador
Calvetti, Leonardo
Primeiro membro da banca
Anabor, Vagner
Segundo membro da banca
Costa, Izabelly Carvalho da
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O sudeste da América do Sul, o qual inclui partes do Sul, Centro-Oeste e Sudeste do
Brasil, é uma das regiões no mundo com alta frequência de tempestades convectivas
severas. Dentre essas tempestades, supercélulas, as quais são comumente
responsáveis pela geração de granizo, podendo ser em grande quantidade, ventos
convectivos destrutivos e tornados, não são raramente observadas nessa parte do
mundo. A instalação nos anos recentes de radares Doppler de dupla-polarização no
estado de Santa Catarina (Sul do Brasil), cria a oportunidade para a análise das
propriedades microfísicas e dinâmicas de supercélulas no Brasil através de suas
assinaturas polarimétricas. Estas assinaturas incluem o arco de ZDR, o pé de KDP, a
região polarimétrica de granizo nas correntes descendentes do flanco dianteiro, anéis
de ZDR e ρHV, e a assinatura tornádica de destroços as quais são características de
tempestades supercelulares pouco documentadas fora do Hemisfério Norte. Este
estudo representa a primeira documentação das assinaturas supracitadas em um
número relativamente alto de tempestades no Brasil, ao analisar dados volumétricos
contínuos de 15 tempestades supercelulares que ocorreram sobre um domínio
coberto pelo radar Doppler banda S de dupla-polarização de Chapecó, localizado no
Oeste de Santa Catarina, coletados durante um período de quatro anos, entre 2017 e
2021. A maioria destas tempestades está associada com relatos severos validados
disponibilizados pelo recém criado banco de dados de tempo severo da PRETS. Além
disso, uma análise aprofundada é conduzida para dois eventos em particular. O
primeiro caso é descrito através de uma análise qualitativa e quantitativa da evolução
de assinaturas em níveis médios e baixos em uma supercélula de longa duração
prolifica na produção de granizo, que atravessou todo o domínio de varredura do
radar, causando danos significativos a propriedades rurais e áreas urbanas. O
segundo refere-se a um aglomerado convectivo que resultou da fusão de duas
supercélulas tornádicas, e deu origem a um tornado breve. Resultados da análise
quantitativa da primeira tempestade concordam com as características observadas
anteriormente na literatura, tal como uma correlação defasada entre aumentos no
volume da coluna de ZDR e a ocorrência de precipitação intensa e granizo em
superfície. Além disso, uma correlação também foi observada entre a cascata de
precipitação e métricas da coluna de KDP, também apontando para a potencial
aplicação dessa assinatura no nowcasting de precipitação intensa e queda de granizo.
No entanto, um dos períodos de ocorrência de granizo foi caracterizado pela
manutenção da coluna de ZDR, ao passo da supressão da coluna de KDP, algo ainda
não documentado anteriormente. Além disso, a análise do caso tornádico aponta para
a importância da aplicação concomitante de variáveis polárimétricas com variáveis
convencionais para o nowcasting do potencial tornádico, mesmo em células
convectivas aparentemente fracas, assim como para a confirmação da ocorrência
tornádica.
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