Memoricídio, genocídio e resistência: a trajetória de M.I.A e o Y da encruzilhada
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Date
2022-06-27Primeiro membro da banca
Faustino, Deivison Mendes
Segundo membro da banca
Vargas, Giane
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Na pesquisa ora apresentada buscamos compreender e explicar, através das metodologias Estudo de Caso e Análise de Trajetória, a forma como Memoricídio, Genocídio e Resistência se articulam e se relacionam com a Colonialidade. O caso estudado parte de intervenções em patrimônios culturais, mas se alastra para além dos âmbitos da cultura, ou seja, reflete as determinações econômicas, uma vez que processos histórico-estruturais do colonialismo deixaram legados imperialistas nos imaginários sociais, mas também são responsáveis pelas dinâmicas de superexploração, subdesenvolvimento e desigualdade. Apoiamo-nos num arcabouço teórico advindo dos Estudos Culturais, da Análise do Sistema-Mundo e da Teoria Marxista da Dependência para contextualizar a colonialidade global e adentrar em casos específicos da colonialidade local que exemplificam a forma que a aniquilação de memórias e saberes não-brancos corrobora, intrinsecamente, para o assassinato eminente de corpos indígenas e negros. Sendo assim, realizamos o esforço de buscar os elementos que explicitam a relação dialética e indissociável entre Memoricídio – a partir das disputas no âmbito simbólico, principalmente no que tange os Patrimônios Culturais Coloniais – e Genocídio – a partir da concretude dos fatos acerca de quem morre e quem mata, debate levantado mundialmente com o movimento Black Lives Matter – tal como são regidos no sistema-mundo colonial/necrocapitalista. Nesta perspectiva, o percurso teórico desconstrói os dilemas fictícios e binários entre Simbólico e Material, entre Cultura e Economia, para concluir, no campo empírico, que nada é estritamente cultural nem rigorosamente econômico, a colonialidade está na encruzilhada. Os impactos da Resistência, sobretudo no contexto de luta contra o racismo, na cidade de São Paulo, mostram isto. Nosso interlocutor principal é o artista, pixador e militante M.I.A que, tanto em ações coletivas nos movimentos quanto em sua trajetória pessoal, contempla os âmbitos do Memoricídio (monumentos, museus e arte de rua) e da Necropolítica (fome, brutalidade policial, genocídio).
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