Caracterização de uvas de mesa e estratégias para manutenção da qualidade durante o armazenamento de cachos e de bagas destacadas
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Data
2022-08-26Primeiro coorientador
Brackmann, Auri
Primeiro membro da banca
Weber, Anderson
Segundo membro da banca
Sautter, Cláudia Kaehler
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A partir do lançamento de novas cultivares de uvas híbridas de mesa com maior adaptabilidade e tolerância às pragas em relação ao grupo ‘Itália’, está havendo um interesse crescente no cultivo de uvas destinadas ao consumo in natura na região Sul. No entanto, a produção é concentrada em um curto período do ano, elevando a dependência de uvas de mesa provenientes de outras regiões produtoras durante a entressafra. Nesse sentido, a adoção de um sistema de armazenamento que mantenha a qualidade por longos períodos, pode beneficiar a produção local e ampliar a oferta das uvas. Além disso, a comercialização na forma de bagas pode aumentar o aproveitamento de uvas com baixo valor comercial e suprimir alguns inconvenientes encontrados na comercialização na forma de cachos. O objetivo desse trabalho foi caracterizar a qualidade das novas cultivares de uvas de mesa ‘BRS Núbia’ e ‘BRS Isis’, além da tradicional ‘Itália’ produzidas em clima temperado e avaliar diferentes técnicas durante o armazenamento refrigerado, sobre a manutenção da qualidade das uvas na forma de bagas destacadas e de cachos. O artigo 1 caracterizou a qualidade das uvas ‘BRS Núbia’, ‘BRS Isis’ e ‘Itália’, provenientes da Serra Gaúcha. O artigo 2 contemplou o armazenamento dessas cultivares na forma de bagas destacadas durante 30 e 60 dias (0,5 °C), nas seguintes condições: [1] controle; [2] dióxido de enxofre (SO2) (1,5 g Na2S2O5 kg-1 uva); [3] etanol (30% por 5 min); [4] água quente (50 °C por 10 min) e [5] 1-metilciclopropeno (1-MCP) (2,0 μL L-1). O artigo 3 destacou o armazenamento de uvas ‘BRS Isis’ durante 60 e 90 dias (0,5 °C) nas seguintes condições: [1] controle; [2] SO2; [3] 1.125 ppm de etanol; [4] 2.250 ppm de etanol; [5] 10 kPa de CO2 e [6] 15 kPa de CO2. Uvas ‘BRS Núbia’ e ‘BRS Isis’ apresentaram concentrações de compostos bioativos superiores às uvas ‘Itália’, especialmente a ‘BRS Núbia’, com elevado conteúdo de antocianinas na casca. A ‘Itália’ apresentou bagas com altas concentrações de compostos voláteis, especialmente terpenos que conferem aroma moscato. As cultivares apresentaram bom potencial de armazenamento na forma de bagas destacadas quando associado a aplicação de SO2, etanol ou água quente. A água quente controlou a incidência de podridões e suprimiu a degradação das uvas até os 30 dias. O SO2 e o etanol permitiram a manutenção da qualidade das uvas até os 60 dias. O etanol apresentou resultados semelhantes ao SO2 no controle de podridões. Entretanto, a aplicação de etanol e água quente aumentaram a incidência de rachaduras em uvas ‘BRS Isis’. O etanol também aumentou as rachaduras nessa cultivar armazenada na forma de cacho. Aplicação de 15 kPa de CO2 e 2.250 ppm de etanol apresentaram eficiência semelhante ao SO2 no controle de podridões durante o armazenamento por até 90 dias. Entretanto, a aplicação de etanol resultou no acúmulo de acetaldeído, que pode conferir aroma desagradável às uvas. Altas concentrações de CO2 mantiveram maiores concentrações de compostos fenólicos e dos compostos voláteis hexanal e (E)-2-hexenal, indicando uma melhor qualidade das uvas.
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