Adubação fosfatada de longo prazo em vinhedos: nutrição, produção e composição da uva
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Data
2022-05-31Primeiro membro da banca
Ciampitti, Ignacio Antonio
Segundo membro da banca
De Conti, Lessandro
Terceiro membro da banca
Ciotta, Marlise Nara
Quarto membro da banca
Berghetti, Álvaro Luís Pasquetti
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A viticultura ocupa uma área de aproximadamente 7,3 milhões de hectares no mundo, e 75 mil hectares no Brasil. O Estado do Rio Grande do Sul (RS) é responsável por mais de 60% da área cultivada com videiras no País. Dentre as regiões Gaúchas de produção de uva, a Campanha é a pioneira no cultivo de videiras viníferas (Vitis vinifera L.). Nessa região, geralmente os vinhedos são implantados em solos de textura arenosa, ácidos, com baixos teores de matéria orgânica do solo (MOS) e baixa disponibilidade natural de fósforo (P). Desta forma, torna-se necessária a aplicação de corretivos da acidez e fertilizantes fosfatados para viabilizar a produção de uva. Contudo, como o P é um recurso não renovável de reservas finitas, e seu uso racional se torna imprescindível econômica e ambientalmente. Assim, estudos à campo de longa duração, os quais forneçam informações a respeito da sazonalidade da demanda nutricional das videiras, bem como, estratégias adotadas por essas plantas para recuperar nutrientes do solo são promissoras do ponto de vista sustentável. Isso pode ser alcançado a partir do uso combinado de dados oriundos de experimentos de longa duração e ferramentas matemáticas avançadas, como a abordagem bayesiana. O objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos da adubação fosfatada de longo prazo em vinhedos sobre a nutrição e
produção da videira e composição da uva. Assim , três E studos foram realizados em vinhedos
co m longo histórico de aplicação de doses de P no solo. Os estudos foram conduzidos no Sul
do Brasil , e as cultivares de videira branca e tinta foram ‘Chardonnay’ e ‘Pinot Noir’,
respectivamen t e . O Estudo I propõem níveis críticos de P no solo de 37 mg dm-3, em folhas coletas no florescimento de 1,63 g kg-1, e em veraison de 1.12 g kg-1 para videiras ‘Chardonnay’ e 1.38 g kg-1 para videiras ‘Pinot Noir’. Isso implicou na recomendação das doses de 42 e 66 kg P2O5 ha-1, respectivamente, para essas cultivares. O Estudo II mostrou que videiras ‘Pinot Noir’ são no mínimo duas vezes mais responsivas à oferta de P, em comparação a videiras ‘Chardonnay’. O número de cachos é o componente de rendimento que mais influencia a produtividade. Além disso, a medida que a produtividade aumenta, os parâmetros de composição da uva diminuem. A concentração de P nas folhas no florescimento é um bom indicador da concentração de sólidos solúveis totais nas bagas. Por fim, com a realização do Estudo III, verificamos que as videiras ‘Pinot Noir’ recuperam quatro vezes mais P do solo quando em elevado suprimento de P. Além disso, os pools inorgânico e orgânico de P no solo são os mais afetados a longo prazo. Esses resultados ajudarão no aumento da produtividade dos vinhedos, redução do uso de fertilizantes fosfatados, diminuindo o risco de contaminação ambiental e aumentando a lucratividade dos viticultores. Além disso, permitirão ao viticultor otimizar a logística do vinhedo, a partir de práticas de manejo na safra corrente que estimam com acurácia a qualidade final das uvas na colheita.
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