Fanzine: uma nova forma de linguagem nos cursos de saúde sobre a representação da violência contra a mulher
Resumo
Este artigo relata a experiência de residentes do Programa de Residência Multiprofissional Integrada, da Universidade Federal de Santa Maria, através de intervenção de sensibilização com as alunos e alunas dos cursos de Enfermagem, Medicina e Odontologia da mesma instituição, sobre violência. Essa intervenção integra o projeto de pesquisa do PET - Redes Urgência/Emergência Violência contra crianças, adolescentes, mulheres e idosos, no qual, após análise de dados, constatou-se que mais discussões e abordagens sobre o tema se faziam necessários na graduação. Diante disso, utilizou-se como metodologia o fanzine, que propõe a comunicação através de produções autônomas, por meio de expressões livres, coletivas e criativas sobre o que cada aluno e aluna tem a dizer diante da temática proposta. Os alunos e alunas de Medicina não participaram da intervenção devido ao processo de ocupação da universidade, que ocorreu de outubro a novembro de 2016, em protesto contra medidas do governo Michel Temer, após o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Os resultados mostraram as diferentes concepções e representações das violências entre os alunos e alunas e entre os cursos de Enfermagem e Odontologia. A análise dos fanzines produzidos destaca a temática de gênero, que possibilitou a discussão sobre a representação do símbolo feminino e a violência física contra a mulher. A intervenção possibilitou a aproximação com a graduação através de sensibilização, utilizando um novo meio de linguagem: o fanzine, que amplia as discussões e trocas entre os e as participantes dos grupos, aproximando a teoria da prática e promovendo o reconhecimento das ações que devem ser tomadas frente a essas situações.
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