Efeitos secundários do buraco de ozônio antártico sobre a região Sul do Brasil
Resumo
O buraco de ozônio antártico é definido como a região onde os valores da coluna total de ozônio não excedem 220 DU. Devido a existência do vórtice polar, essa massa de ar pobre em ozônio fica restrita a altas latitudes. Porém, algumas massas de ar podem se desprender, sendo transportadas a regiões de baixas latitudes. Dados do instrumento TOMS, e posteriormente do OMI, mostram esta migração. Trabalhos anteriores comprovam que a região sul do Brasil está sujeita a reduções de ozônio nos meses de agosto a novembro, onde a coluna total de ozônio deveria encontrar-se em seu máximo sazonal. A estas reduções chamou-se de efeitos secundários do buraco de ozônio antártico. O trabalho apresenta uma análise de vinte anos dos dados dos espectrofotômetros TOMS e OMI, para os meses de setembro e outubro de 1987 a 2007. Foram selecionados os 36 eventos com menor concentração de ozônio na atmosfera neste período do ano sujeito a efeitos secundários. Para cada um desses eventos foi aplicada uma metodologia constituída de três etapas: (1) análise da coluna total de ozônio obtida por imagens de satélite, (2) geração de trajetórias retroativas de massas de ar através do modelo HYSPLIT da NOAA e (3) análise de mapas de vorticidade potencial. Dos 36 eventos analisados, foram encontrados 16 eventos de efeitos secundários do buraco de ozônio antártico, 3 nos meses de setembro e 13 nos meses de outubro.