Das memórias à formação inicial: escrevivências de racismo para pensar um processo formativo decolonial
Abstract
Este trabalho escrito para fins de conclusão de curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), apresenta como temática de pesquisa o racismo, a partir de experiências trazidas das memórias em tempos de escolarização até a formação inicial, a fim de pensar um processo formativo decolonial. Propõe-se como objetivo geral, compreender através de minhas experiências entrelaçadas as experiências de algumas jovens negras, acadêmicas do curso de pedagogia da UFSM, as marcas do racismo estrutural em suas/nossas experiências formativas, pessoais e profissionais. Ainda, entender até que ponto a presença do sujeito negro e o reconhecimento de suas experiências podem intervir na constituição de uma formação docente decolonial e identificar as aprendizagens e discursos elaborados a partir das suas experiencias de racismo e a falta de representatividade no meio acadêmico. Para tanto, realiza-se uma pesquisa qualitativa a partir de narrativas biográficas e através de referências como Pierre Dominicé (1992), Bolzan (2002), Connelly e Clandinin (1995) e Gil (2002), utilizando como instrumento de aproximação, formulário eletrônico. Como fundamentação teórica, buscou-se os estudos de Kilomba (2019), Ribeiro (2020), Almeida (2019), Beauvoir (1989) Evaristo (2017-2018), Gomes (2019-2022), Hall (2002) e Fanon (2008) entre outros autores que levantam importantes debates reflexivos sobre o negro (a) no contexto formativo. Para fins de conclusões que não se concluem, explicita-se a emergência do debate e da inclusão das experiências do sujeito negro na constituição do conhecimento acadêmico tornando sua presença como legitimas. Também, o fortalecimento do debate sobre as relações étnico-raciais, racismo, gênero e raça de forma interseccional. Ainda, a necessidade de aproximação das africanidades e estudos afros, espaços de discussão e pesquisas dentre outras possibilidades que colaborem para o rompimento do racismo institucional e estrutural que se apropriam das vivências sociais interrompendo e obstaculizando a ascensão social de homens e mulheres negras na sociedade.