Variabilidade intrasazonal da vazão afluente nos principais reservatórios brasileiros
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Data
2022-03-22Primeiro membro da banca
Ferraz, Simone Erotildes Teleginski
Segundo membro da banca
Tibulo, Cleiton
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Uma das grandes preocupações da comunidade científica na última década diz respeito às alterações climáticas e suas consequências para a humanidade. O planejamento hídrico brasileiro tem enfrentado constantes desafios para garantir o suprimento de abastecimento e energia. Nas diversas regiões do país se observaram graves defasagens hídricas nos últimos anos, devido à escassez de chuvas, as quais tem se tornado mais frequentes e intensas com o passar dos anos. Devido a sua vasta extensão territorial e complexidade topográfica, o Brasil possui diferentes regimes de precipitação. Portanto, o estudo de mudanças em séries temporais de dados hidrometeorológicos é de extrema importância para a gestão dos recursos hídricos. Nesse contexto, uma análise da variabilidade da série histórica de vazões afluentes dos principais reservatórios do país é fundamental para o entendimento dos processos envolvidos em episódios de seca. Sabe-se que a variabilidade da vazão nestes reservatórios está intimamente relacionada o regime de chuvas de cada região, que por sua vez, é influenciado por variabilidades climáticas. Dentre as variabilidades climáticas destaca-se a Oscilação de Madden-Julian (OMJ) ou Oscilação de 30-60 dias, que é um modo de variabilidade climática intrasazonal que desempenha um papel fundamental na precipitação em boa parte da América do Sul. Com base nesta temática, o presente trabalho tem por objetivo analisar, quantificar e prever a influência da OMJ na precipitação e consequente variabilidade hidroenergética do Brasil. Desta forma, buscou-se determinar qual é a contribuição desta oscilação para a variabilidade das vazões afluentes, no período de 1990 a 2015, dados obtidos através da Agência Nacional de Águas (ANA), de forma a contribuir substancialmente para o aprimoramento das previsões hidroclimáticas. Após a identificação dos eventos extemos da série histórica (anomalias positivas e negativas de vazão afluente) as análises seguintes foram realizadas através do método das ondeletas, com o objetivo de identificar a intensidade e a escala temporal dos fenômenos mais expressivos atuantes em cada reservatório deste estudo. Em seguida aplicou-se um filtro sobre as ondeletas de forma a evidenciar a escala intrasazonal (OMJ) e suavizar a escala interanual, com o intuito de identificar qual é a contribuição deste fenômeno para cada uma das regiões estudadas. Por fim, em posse destes resultados, foi realizado um levantamento dos anos em que ocorreram os extremos de anomalias intrasazonais positivas e negativas de vazão afluente e através de uma comparação com a fase predominante da OMJ para estes mesmos anos, verificou-se que há uma associação entre a fase 1 da oscilação com extremos de anomalias intrasazonais positivas e da fase 5 com extremos de anomalias intrasazonais negativas de vazão afluente. Na ultima etapa deste estudo, foram gerados mapas de precipitação com os dados do modelo BAM (Modelo Atmosférico Brasileiro) com foco na região SE. Os resultados encontrados mostram que o modelo representa de forma satisfatória a precipitação durante as fases da OMJ estudadas.
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