Estudo da interação entre silício e alumínio extraídos do vidro na presença de soluções para nutrição parenteral
Fecha
2003-08Primeiro membro da banca
Vale, Maria Goreti do
Segundo membro da banca
Horner, Manfredo
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
O silício é um não-metal essencial aos organismos, considerado
importante no desenvolvimento normal de tecidos e ossos. As duas formas
de importância biológica são a sílica amorfa e o ácido silícico monomérico
que é a forma absorvida pelo trato gastrointestinal. Os dados disponíveis na
literatura indicam que a toxicidade do silício é baixa.
O alumínio é um metal onipresente no ambiente, que a partir dos anos
70 foi relacionado à várias doenças em pacientes em estágio final de
insuficiência renal e diversas doenças neurodegenerativas em humanos.
O silício, assim como o alumínio, é constituinte das embalagens de
vidro, que são utilizadas para armazenar medicamentos, a exemplo das
soluções de nutrição parenteral. A presença do alumínio como
contaminante nestas soluções vem sendo monitorada, pois a sua toxicidade
pode afetar os pacientes que são tratados com estas soluções.
As soluções parenterais são utilizadas em pacientes que sofrem de
doenças complexas, em pacientes pediátricos e cirúrgicos. A administração
de soluções parenterais contaminadas por períodos longos de tempo, pode fazer com que os pacientes sofram intoxicação, causando enfermidades
graves, como problemas cerebrais e doença nos ossos.
O limite máximo de alumínio nas soluções de nutrição parenteral,
estabelecido pela FDA (Food and Drug Administration) é de 25 μg.L-1.
Porém, teores acima do tolerável têm sido encontrados nas soluções
parenterais contaminadas por alumínio.
O objetivo deste trabalho foi quantificar o silício em diferentes
soluções biológicas, bem como determinar o alumínio total e disponível nas
mesmas. Verificou-se o teor de silício e alumínio na matéria prima
utilizada na preparação das soluções parenterais, bem como a influência do
processo de esterilização destas soluções, na extração do silício e alumínio
do vidro. As soluções testadas foram constituídas das espécies que formam
as soluções de uso parenteral, nas mesmas concentrações em que são
comercializadas nestas soluções. Dentre as diversas espécies que foram
analisadas, estão os aminoácidos, soluções salinas (como os fosfatos,
cloretos e sulfatos) e glicose. As determinações do teor de silício e
alumínio foram feitas por Espectrometria de Absorção Atômica com
Atomização Eletrotérmica (ET AAS) e espectrofotometria no UV-VIS.
Os ensaios realizados mostraram, que a matéria prima contribui para a
contaminação das soluções parenterais, por silício e alumínio. Porém, é no
processo de esterilização que ocorre a maior liberação destas espécies para
as soluções parenterais.
Foi verificado, também, que o teor de silício e alumínio lixiviados do
vidro, varia conforme a substância investigada. Enquanto algumas espécies,
como alguns aminoácidos, quase não extraíram silício e alumínio do vidro,
outras substâncias extraíram concentrações elevadas de ambos, tais como
as soluções salinas e os fosfatos. Existem interações diferentes das
substâncias quando em contato com a superfície do vidro, que depende da
natureza destas. As soluções neutras em contato com a superfície do vidro
promovem uma troca iônica, já as soluções alcalinas conduzem à
dissolução do vidro em que estão em contato. Em algumas espécies com
características quelantes, como alguns aminoácidos, a extração das espécies
do vidro pode estar relacionada com a formação de quelatos entre a
substância quelante e o silício ou alumínio constituinte do vidro.
Os resultados mostraram que nas soluções em que a concentração de
silício foi significativamente alta, o teor de alumínio livre foi
consideravelmente reduzido, devido a interação entre silício e alumínio,
formando hidroxialuminosilicatos (HAS). A formação de HAS torna o
alumínio indisponível na solução, impedindo que este seja absorvido e de
alguma forma depositado no organismo humano.
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