Participação do receptor de potencial transitório anquirina 1 e disfunção mitocondrial em um modelo de fibromialgia em camundongos
Visualizar/ Abrir
Data
2022-09-30Primeiro membro da banca
Silva, Cássia Regina da
Segundo membro da banca
Fernandes, Elizabeth Soares
Terceiro membro da banca
Bochi, Guilherme Vargas
Quarto membro da banca
Ferreira, Juliano
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A fibromialgia é uma condição dolorosa associada à diversas comorbidades. Embora o
mecanismo subjacente à fibromialgia permaneça desconhecido, a depleção de monoaminas,
aumento da síntese de espécies reativas de oxigênio (ROS) e disfunção mitocondrial parecem
relevantes na sua patogênese. Uma vez que o Receptor de Potencial Transitório Anquirina 1
(TRPA1), um sensor de estresse oxidativo, está envolvido em condições relacionadas à
patogênese da fibromialgia, incluindo dor espontânea, dor musculoesquelética, fadiga e
comportamentos depressivos e ansiosos, hipotetizamos que o TRPA1 poderia estar envolvido
com os sintomas da fibromialgia. O modelo de fibromialgia foi induzido por injeções
subcutâneas de reserpina (1 mg/kg), uma vez ao dia por 3 dias consecutivos em camundongos
Swiss e C57BL/6J e também em camundongos deficientes de TRPA1. Todos os testes
comportamentais foram realizados no 4º dia após a primeira administração de reserpina. Em
seguida, os animais foram eutanasiados e diferentes tecidos (músculos gastrocnêmio e sóleo,
tecido plantar, nervo ciático e medula espinhal) foram coletados para investigações
bioquímicas. A coenzima Q10 e a oligomicina foram usadas para avaliar a função mitocondrial
e sintomas característicos da fibromialgia. O ácido α-lipoico foi usado para elucidar o papel do
estresse oxidativo no modelo de fibromialgia. O antagonista do canal TRPA1, A-967079, foi
utilizado para avaliar o envolvimento do TRPA1, enquanto que a pregabalina ou a duloxetina
foram utilizadas como drogas de referência para aliviar os sintomas da fibromialgia. A reserpina
reduziu os níveis de monoaminas, causou alodinia mecânica e ao frio, hipersensibilidade
química, reduziu a força muscular e o comportamento de escavar, causou comportamento
tigmotáxico e aumentou o tempo de imobilidade dos animais no nado forçado. A oligomicina
exacerbou os sintomas tipo-fibromialgia induzidos por reserpina, enquanto a coenzima Q10,
ácido α-lipoico, A-967079, pregabalina e duloxetina atenuaram diferentes parâmetros
nociceptivos e comórbidos induzidos por reserpina. A administração local de reserpina induziu
hipersensibilidade aguda. A reserpina induziu disfunção mitocondrial (respirometria de alta
resolução) e alterou o estado oxidativo (níveis de ROS e peroxidação lipídica) nos músculos
sóleo e gastrocnêmio e na medula espinhal. A reserpina aumentou os níveis de H2O2 no tecido
plantar e aumentou a marcação para 4-hidroxinoneal no nervo ciático. Estes parâmetros
oxidativos e os sintomas dolorosos tipo-fibromialgia não foram observados quando a reserpina
foi administrada em animais deficientes de TRPA1. Deste modo, a disfunção mitocondrial e o
estresse oxidativo são mecanismos importantes para a ativação do TRPA1 e, portanto, para o
desenvolvimento e manutenção da hipersensibilidade e algumas comorbidades observadas
neste modelo de fibromialgia. Desta forma, contribuímos para os avanços nos mecanismos
envolvidos com a fisiopatologia da fibromialgia e incitamos a utilização de possíveis novos
tratamentos para o controle dos sintomas desta patologia.
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: