Perfil e abordagem dos pacientes pediátricos com indicação de cuidados paliativos em um hospital do sul do Brasil: estudo prospectivo observacional
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Data
2022-10-07Primeiro membro da banca
Valadão, Maria Clara da Silva
Segundo membro da banca
Weinmann, Ângela Regina Maciel
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A evolução tecnológica em saúde nos últimos séculos permitiu uma mudança epidemiológica muito grande nas causas de adoecimento e morte da população, afetando também a infância. Muitos pacientes estão dependentes dos cuidados de saúde cronicamente, trazendo novos desafios para o cuidar das crianças. É nessa nova lógica do cuidar que o Cuidado Paliativo Pediátrico surge. A Sociedade Brasileira de Pediatria, frente a esse novo ramo de trabalho pediátrico, elaborou diretrizes para facilitar o fomento da prática. Este trabalho buscou investigar se tais diretrizes estão sendo cumpridas em um hospital escola do sul do país através da aplicação de um questionário com pacientes e familiares internados nas unidades de enfermaria pediátrica e Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica no período de 9 meses. Além disso, buscou-se o perfil epidemiológico desta amostra da população. No total, 124 famílias e pacientes participaram do estudo, sendo a predominância do sexo masculino, de menores de 6 anos, com renda familiar menor que 2 salários mínimos e a escolaridade materna é de nível fundamental. A maioria dos diagnósticos são crônicos, sendo a prematuridade extrema o diagnóstico mais frequentes com 37 pacientes (25%), seguido de paralisia cerebral com 17 pacientes (13,7%). Em relação aos princípios, verificou-se que a comunicação se deu de maneira adequada, bem como a participação de uma equipe multidisciplinar. Já o manejo da dor ainda precisa ser incrementado, já que nenhuma escala de dor foi utilizada para avaliar os pacientes, apesar das escalas de dor aplicadas mostrarem controle da mesma, diferente da percepção dos pais sobre o sofrimento de seus filhos. Outros sintomas como cansaço, sonolência e ansiedade foram relatados como preocupantes para os familiares dos pacientes. A espiritualidade não foi abordada em 55,6% dos atendimentos, mostrando que a equipe de saúde deve valorizar mais essa parte da anamnese. Concluiu-se, portanto, que o hospital cumpre, parcialmente, as diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria na assistência às crianças com indicação de Cuidado Paliativo. Propõe-se um fluxo de ação ao final para a melhor implementação das diretrizes.
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