A educação inclusiva de alunos com deficiência física: problematizando o corpo no contexto escolar
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Data
2007-03-23Primeiro membro da banca
Valentini, Nadia Cristina
Segundo membro da banca
Freitas, Deise Sangoi
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O presente estudo, inserido na Linha de Pesquisa Educação Especial, visou
problematizar o papel do Corpo na perspectiva da Educação Inclusiva, contextualizando-o
na realidade de alunos com deficiência física, incluídos em séries iniciais da rede municipal
de Caxias do Sul, RS. Para tanto, realizamos inicialmente a busca teórica a fim de revisitar
diferentes perspectivas acerca do corpo, bem como aproximá-las das discussões
relacionadas à Educação Inclusiva. Com a intenção de apreender concepções e atitudes
dos professores participantes da pesquisa em relação ao corpo e a educação inclusiva e
identificar as condições de acessibilidade referentes ao espaço físico das escolas
pesquisadas, realizamos um estudo do tipo exploratório. A pesquisa de campo aconteceu
nas escolas municipais de Caxias do Sul, RS, que possuíam alunos com deficiência física –
limitação da mobilidade (cadeirantes), incluídos em classes comuns de séries iniciais, sendo
os participantes da pesquisa as cinco escolas e as cinco professoras dos referidos alunos,
apontados pela Secretaria Municipal de Educação (SMED). Os instrumentos para coleta de
dados foram a entrevista semi-estruturada, aplicada aos professores, a observação
sistemática do espaço físico escolar e o diário de campo. Os dados obtidos com as
entrevistas foram submetidos à análise de conteúdo e, juntamente com os dados
apreendidos nas observações, foram abordados de forma quantiqualitativa. Atendendo aos
objetivos propostos, identificamos, em relação aos professores, concepções e atitudes
positivas frente ao corpo e à inclusão, predominantemente, ainda, que em algumas
situações minoritárias evidenciamos o pensamento fragmentário do indivíduo em
corpo/mente, sem a aproximação do corpo às práticas em sala de aula; quanto ao corpo dos
alunos incluídos, identificamos sentimentos iniciais de medo e ansiedade, mas que foram
revertidos com o conhecimento das limitações físicas dos alunos e posterior aproximação. A
inclusão, de forma geral, tem sido apontada como positiva e os mecanismos exclusivistas
através do corpo foram encontrados em menor grau no aspecto atitudinal em comparação
ao aspecto arquitetônico. Neste último, identificamos a falta de condições de acessibilidade,
pois mesmo que seja notável o esforço por parte das escolas através de situações de
adaptação, estas estão limitadas à uma mobilidade relativa, com a construção de rampas,
mas a autonomia dos alunos é comprometida pela inexistência de banheiros adaptados,
bebedouros e telefones. O estudo permitiu discutir o papel do corpo na inclusão, sugerindose
novas pesquisas que venham dar continuidade à proposta de aproximação entre as
temáticas corpo, inclusão e deficiência física.
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