Prática de análise linguística (crítica) no contexto de formação inicial de professores de Língua Portuguesa: uma abordagem em construção
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Date
2022-03-08Primeiro membro da banca
Pereira, Rodrigo Acosta
Segundo membro da banca
Marcuzzo, Patrícia
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Esta pesquisa origina-se de inquietações pessoais e acadêmicas sobre a compreensão e a apropriação da Prática de Análise Linguística (PAL) em contexto de formação. A fim de buscar respostas a nossos questionamentos, analisamos como professores em formação inicial compreendem a PAL e a recontextualizam em atividades didáticas. Para isso, tivemos por objetivo geral analisar em que medida os professores de LP em formação inicial compreendem e se apropriam da PAL no contexto da disciplina “Leitura e Produção textual – Prática de Análise Linguística no Contexto Escolar”. Como objetivos específicos, delimitamos: i) identificar, à luz da Gramática Sistêmico-Funcional, as representações discursivas dos professores em formação inicial sobre a PAL; ii) descrever e analisar as atividades didáticas produzidas pelos professores em formação inicial em termos de práticas de linguagem, objetos de conhecimento, níveis de complexidades requeridos e estratos de linguagem contemplados; iii) verificar em que medida a PAL proposta pelos licenciandos aproxima-se de uma abordagem crítica. Para isso, este estudo fundamenta-se nos pressupostos teórico-metodológicos da PAL para fins didáticos (GERALDI, 1984; 1991; 1999; 2015; FRANCHI, 1991; MENDONÇA, 2006) e ancora-se na Análise Crítica de Gênero (ACG) que considera os usos da linguagem como práticas situadas (MOTTA-ROTH, 2008; BAZERMAN, 2006; 2009; FAIRCLOUGH, 2016; HALLIDAY e MATHIESSEN, 2014). De natureza qualitativa, o percurso metodológico apresenta como procedimento de pesquisa um estudo de caso e toma como universo de análise a disciplina mencionada anteriormente. Tivemos como participantes cinco professoras em formação inicial que se voluntariaram para fazer parte deste estudo. O corpora desta dissertação é constituído pelas respostas a um instrumento diagnóstico e pela produção de atividades didáticas em contexto formativo. Os dados analisados referentes ao instrumento diagnóstico, evidenciaram que as participantes apresentam três representações discursivas sobre a PAL: i) PAL como oposição ao ensino de gramática tradicional (são práticas distintas); ii) PAL como epilinguagem (promove uma reflexão sobre a língua); e iii) PAL como pensamento crítico (desenvolve, em alguma medida, a criticidade do aluno). A análise das atividades didáticas, revelou que as professoras utilizam a prática de leitura como principal ferramenta para promover um olhar crítico para os usos da língua, mas a análise não evidencia, necessariamente, uma articulação com a PAL. Dessa forma, a PAL prioriza a descrição e identificação de recursos expressivos com base na metalinguagem e, com isso, não promove uma reflexão que possibilite a construção indutiva dos conhecimentos linguísticos. Além disso, identificamos que há certa fragilidade em relação à abordagem do gênero como unidade de ensino e que as participantes parecem não conseguir articular os estratos da linguagem de forma clara e coerente. Com base nisso, nesta dissertação, a fim de promover avanços para o contexto formativo, dispomo-nos a propor um ensaio sobre a PAL em uma abordagem crítica, a qual encontra sustentação teórico-metodológica na ACG, com a finalidade de sugerir uma possível prática de ensino que vise analisar de forma crítica e reflexiva a língua(gem) em uso.
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