Fragilidade e sua associação com desfechos de saúde bucal em adultos e idosos no Brasil
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Data
2022-12-20Primeiro membro da banca
Iser, Betine Pinto Moehlecke
Segundo membro da banca
Santos, Camila Mello dos
Terceiro membro da banca
Silva, Daniel Demétrio Faustino da
Quarto membro da banca
Knorst, Jessica Klöckner
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Frente aos avanços da transição demográfica e do envelhecimento popoulacional, a fragilidade
deve ser levada em consideração tanto para prática clínica quanto na pesquisa sobre
envelhecimento. A definição conceitual mais aceita e difundida no meio científico é de que a
fragilidade é uma síndrome biológica multidimensional caracterizada por uma redução de
múltiplos sistemas fisiológicos, dificultando a adaptação do indivíduo aos fatores estressantes,
gerando um estado de vulnerabilidade que causa inúmeros resultados adversos à saúde,
incluindo declínio funcional, hospitalização, incapacidade, cuidados de longo prazo e morte. A
saúde bucal dos individuos torna-se potencialmente mais complicada à medida que eles se
tornam frágeis pelas incapacidades e dependência de cuidados derivadas dela. Destaca-se que
não há estudos brasileiros, de abrangência nacional avaliando fragilidade e desfechos de saúde
bucal. Sendo assim, o objetivo desta tese é avaliar a associação de fragilidade e uso de serviço
odontológico bem como avaliar o efeito mediador da fragilidade na autopercepção de saúde
bucal. Os dados são da linha de base do ELSI Brasil (Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos
Brasileiros) representando a população brasileira com idade superior a 50 anos. A coleta de
dados ocorreu em 2015 e 2016. Variáveis demográficas, socioeconômicas, biológicas e de
saúde bucal foram coletadas por meio de questionários domiciliar, individual e medidas físicas.
Fragilidade foi avaliada de acordo com o Fenópito de Fragilidade baseado em cinco critérios:
perda de peso, exaustão, baixa velocidade de marcha, fraqueza e baixo nível de atividade física.
Na presença de três ou mais critérios o indivíduo é considerado frágil. Na presença de dois ou
um componte considera-se o indivíduo pré-frágil e robusto quando não há componentes. As
variáveis de autopercepção de saúde bucal e uso de serviços odontológicos foram avaliadas de
maneira autorreportada. Os dados foram analisados utilizando os programas estatísticos
STATA 14 e Mplus versão 6.12. Foi utilizada a regressão de Poisson através do comando svy
para obtenção das razões de prevalências brutas e ajustadas para avaliar a associação entre
fragilidade e uso de serviços odontológicos. Modelos de Equação Estruturais verificaram o
efeito mediador da fragilidade na autopercepção de saúde bucal. O ELSI-Brasil foi aprovado
pelo Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Brasil e o tamanho final da sua amostra foi
de 9.412 indivíduos. Os resultados desta tese mostraram que ser frágil está associado ao não
uso de serviços odontológicos no último ano. Também se observou que a fragilidade apresenta
um caminho direto e é mediadora entre a posição socioeconômica (SEP) e autopercepção de
saúde bucal em adultos mais velhos e idosos brasileiros, ou seja, indivíduos com baixo SEP
apresentaram maior fragilidade e indivíduos com maior fragilidade apresentaram pior
autopercepção de saúde bucal. Em conclusão, a fragilidade é uma variável importante tanto na
pesquisa como em situações clinicas e que deve ser levada em consideração no planejamento
de promoção e prevenção da saúde bucal. Dada a complexidade dos determinantes de saúde
bucal, fragilidade acrescenta outra dimensão a ser examinada em idosos. Estratégias de saúde
pública que considerem uma abordagem comum de fatores de risco devem ser endossadas.
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