Investigação química, embriotoxicidade em peixes-zebra (Danio rerio) e atividades antimicrobiana e antibiofilme de Leonotis nepetifolia (L) R. Br
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Data
2022-12-15Primeiro coorientador
Morel, Ademir Farias
Primeiro membro da banca
Moura, Neusa Fernandes de
Segundo membro da banca
Loro, Vânia Lucia
Terceiro membro da banca
Wouters, Felipe Christoff
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Leonotis nepetifolia, popularmente conhecida como cordão-de-frade, é uma planta de origem
africana, naturalizada no Estado do Rio Grande do Sul. Essa espécie é utilizada na medicina
popular e Ayuvérdica para o tratamento de diversas enfermidades, tais como diabetes, febre,
tosse, infecções cutâneas, problemas renais, inflamações, entre outros. Dentre as atividades
biológicas comprovadas estão atividade antifúngica, antibacteriana, antitumoral, antioxidante,
antinociceptiva e anti-inflamatória, sendo a grande parte desses estudos com as folhas de L. nepetifolia. As flores dessa planta, além do uso na medicina popular, são consumidas no México,
em substituição da Cannabis. Apesar do amplo uso, ainda são poucos os estudos a respeito
da composição fitoquímica das flores, bem como da toxicidade dessa planta. Nesse sentido,
esse estudo teve como objetivo a obtenção dos óleos essenciais, extratos e frações de partes
aéreas de L. nepetifolia, realizar a caracterização da composição química, avaliar a atividade
antimicrobiana, antimicobacteriana, antibiofilme e a toxicidade em embriões de Danio rerio
(zebrafish). A análise por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM)
dos óleos essenciais das folhas e flores indicou que germacreno D, b-cariofileno, a-cariofileno
e b-elemeno são metabólitos majoritários comuns a ambos os óleos. Tanto os óleos essenciais
quanto os extratos e frações demonstraram um amplo espectro de inibição microbiana, com
concentração inibitória mínima (CIM) de 125 a 250 µg.mL1, destaque para as inibição das
micobactérias M. abcessus, M. massiliense e M. fortuitum com CIM de 359,57 µg.mL1 para
todas as amostras testadas, com exceção do extrato bruto das folhas. As frações acetato de etila
das folhas e das flores na concentração de 31,25 µg.mL1 foram eficazes em diminuir a formação de biofilme de K. pneumoniae em 61,82% e 40%, respectivamente. Além da inibição de
formação do biofilme, as frações das folhas e flores foram eficazes na ruptura do biofilme préformado de K. pneumoniae. A atividade antioxidante pelo método de DPPH indicou a fração
acetato de etila das flores com boa capacidade antioxidante com IC50 de 302,18 µg.mL1. O estudo fitoquímico foi realizado através de técnicas cromatográficas, onde foi possível isolamento
dos compostos: palmitato de fitila, estigmasterol, b-sitosterol, nepetifoliol, glutinol, ácido linoleico, ácido palmítico, ácido elágico, verbascosídeo, b-sitosterol glicosilado e isomaltulose, os
quais formam carcterizados por CG-MS, RMN e HRMS. As substâncias presentes nas frações
n-hexano das folhas e flores foram identificadas por CG-MS, dentre elas campesterol, glutinol,
a-amirina b-amirina, acetato de cicloartenol, espatulenol, fitol, esqualeno, campesterol, entre
outros. Além disso, realizou-se a análise por UHPLC-ESI-HRFTMS das frações acetato de
etila das flores, através da desreplicação, comparando a forma molecular de cada substância
identificada, com substâncias fitoquímicas já relatadas para o gênero ou família, permitiu anotar 96 substâncias presentes na fração acetato de etila das flores, dentre elas, verbascosídeo foi
anotado como pico majoritário. Da fração acetato de etila das folhas foi possível identificar 74
substâncias, sendo o flavonoide cirsiliol o composto majoritário. O ensaio de toxicidade aguda
em embriões de Danio rerio, demonstrou que as amostras pertencentes à flor de L. nepetifolia foram as que apresentaram maior toxicidade, alta taxa de letalidade, atrasos na eclosão e a presença de malformações.
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