Carga mental de trabalho e o apoio social em trabalhadores da atenção primária a saúde
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Date
2023-01-03Primeiro membro da banca
Costa, Valdecir Zavarese da
Segundo membro da banca
Tavares, Juliana Petri
Terceiro membro da banca
Munhoz, Oclaris Lopes
Metadata
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A carga mental de trabalho (CMT) e o apoio social são aspectos psicossociais que influenciam
positiva ou negativamente a saúde do trabalhador e seu bem-estar no cotidiano laboral. Por esse
motivo, ressalta-se a relevância de dar ênfase nesses constructos numa abordagem da relação
trabalho-saúde. O presente estudo objetivou analisar a relação entre a carga mental de trabalho
e o apoio social em trabalhadores da atenção primária à saúde. Trata-se de uma pesquisa
transversal, realizada com trabalhadores de saúde da APS, pertencentes às unidades da 4ª
Coordenadoria Regional de Saúde e da cidade de Ijuí. A coleta de dados ocorreu online no
período de julho de 2021 a abril do ano 2022, por meio de seguintes instrumentos: questionário
com questões sociodemográficas, laborais e perfil de saúde; Job Stress Scale (JSS) e Escala
Subjetiva de Carga Mental no Trabalho (ESCAM). Realizou-se a análise de estatística
descritiva através de medidas de posição, como média, mediana, mínimo e máximo, e dispersão,
desvio padrão e intervalo interquartil, com base no teste de Kolmogorov-Smirnov. Utilizou-se
a correlação de Spearman, teste Qui-Quadrado ou Exato de Fischer, considerando a
significância estatística quando o p valor for menor ou igual a 0,05, e Alpha de Cronbach.
Foram respeitados preceitos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos. Como resultados,
destacaram-se participantes predominantemente femininos (89,0%), com companheiro
(80,1%), e filhos (74,3%), tendo como mediana de idade 43,00 anos. Prevaleceu a pósgraduação (35,6%), como a maior formação, maior contingente de trabalhadores são os ACSs
(33,5%). Houve prevalência de 48,7% de profissionais de saúde com a carga mental de trabalho
global adequada. Por dimensão, na organização de tempo, 42,9% de trabalhadores apresentam
subcarga mental. Quanto ao apoio social, 57,6% de profissionais estão com baixo apoio.
Evidenciou-se que trabalhadores com alto apoio social, estão com carga mental global adequada
(p=0,022). Variável consequências para a saúde obteve correlação baixa e negativa com o apoio
social (r= -0,232; p=0,001). Também ocorreu correlação baixa e negativa entre organização de
tempo; CMTG; com apoio social, respectivamente (r= -0,162; p= 0,025); e (r= -0,192;
p=0,008). Verificou-se correlação negativa baixa entre a CMTG e variável idade (r= -0,207;
p=0,004). Apoio social teve associação estatisticamente significativa com consequências para
a saúde (p=0,006). Ainda, houve associação entre apoio social e organização do tempo
(p=0,019). Identificou-se que trabalhadores que possuem tempo para lazer, estão com CMTG
adequada (p=0,000). Outra associação verificada foi de cargo, satisfação no trabalho, com a
CMTG respectivamente (p=0,001), (p=0,028). Evidenciou associação entre maior formação
completa e apoio social (p=0,012). Ademais, satisfação no trabalho obteve associação com
apoio social, ou seja, trabalhadores insatisfeito/neutro estão com baixo apoio social (p=0,000).
Assim, conclui-se que, apesar da carga mental adequada, a dimensão organização do tempo
apresentou desequilíbrio da carga mental, então sugere-se redesenho da condição laboral em
prol da saúde de trabalhador. Ainda, devido ao baixo apoio social evidenciado, o que pode gerar
ambiente conflituoso impactando negativamente na qualidade de vida e bem-estar no trabalho,
ressalta-se relevância de propor estratégias interventivas que objetivam promover alto apoio e
melhoria da segurança no espaço ocupacional.
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