Elementos de influência da política externa independente (1961- 1964) no governo Lula (2003-2010): uma análise histórica descritiva
Abstract
A Política Externa Independente (PEI), formulada sob os governos de Jânio Quadros
e João Goulart (1961-1964), projetou um Brasil independente aos blocos ideológicos
predominantes em um período inusitado de Guerra Fria, em que o comum e o
esperado era se aliar a um dos blocos. Apostava-se na política externa como
provedora dos meios para a superação dos principais desafios do
subdesenvolvimento, assim como se buscava a promoção da justiça social.
Identifica-se na política de Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente que governou o
Brasil entre 2003 e 2010, diversas similaridades com os ideais defendidos pela PEI.
Compreendendo-se uma oportunidade de contribuir ao tema indo além da esfera de
análise nacional, o presente trabalho se propõe, utilizando-se da descrição histórica
dos fatos, a identificar possíveis continuidades da PEI durante o Governo Lula sob
três níveis de análise. Constituindo a variável interveniente do trabalho,
contextualizam-se os períodos propostos quanto ao nível de Sistema Internacional
vigente e suas principais dinâmicas. Enquanto variável independente apontam-se as
crises políticas e econômicas que recaíram sobre ambos os governos. Como
variável dependente, investigam-se quais foram as decisões tomadas pelos
governantes frente às crises instauradas, levando em conta os limites de cada
período e buscando o apontamento de similaridades ou rupturas entre as decisões.
Apesar de inovarem no discurso, Jânio Quadros e João Goulart não conseguiram
angariar grandes mudanças concretas para o Brasil, e ainda despertaram o temor
comunista no país, que sofreu uma intervenção em 1964, sob forte influência
americana. Sobre o espectro do mundo globalizado e de economias interligadas,
percebemos no governo de Lula condições mais favoráveis à aplicação dos
conceitos lançados pela PEI.
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