Para uma crítica da educação e por uma compreensão da violência
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Date
2022-12-13Primeiro membro da banca
Pereira, Marcelo de Andrade
Segundo membro da banca
Gallo, Silvio Donizetti de Oliveira
Quarto membro da banca
Souza, Ricardo Timm de
Quinto membro da banca
Oliveira, Maurício Cristiano de
Metadata
Show full item recordAbstract
A presente tese busca contribuir para uma crítica da educação compreendendo a violência
como parte da mesma e como fenômeno social. Essa crítica tem como fio condutor os estudos
de Walter Benjamin, onde este, propõe a compreensão da violência através da contradição
mítica e divina. Benjamin, no texto “Para uma crítica da violência”, apenas nomeia a
educação como exemplo de violência divina e a partir daí iniciamos a pesquisa que trouxe à
tona a unilateralidade desta afirmação. Afirmação que descobrimos unilateral pois não
comportava a realidade da educação, que se mostrava de forma dúbia como as duas violências
descritas por Benjamin. Neste contexto, é possível vislumbrar a sobreposição dialética da
classificação proposta por Benjamin para a violência, numa espécie de deslocamento
conceitual: podemos perceber concretamente a educação mítica e a educação divina. No
decorrer da tese desvelamos estes dois aspectos da educação, expondo a sua contradição.
Trabalhamos diretamente com as duas principais influências benjaminianas: o materialismohistórico e o anarquismo, influências estas que fundamentaram os pontos levantados para esta
crítica da educação. Para tanto, trilhamos o caminho dialético através de vários elementos em
uma escrita vinculada com fatos contemporâneos que dialogam com os autores e com as
descobertas que este diálogo proporcionou, nos levando para além da aparência da educação.
Demonstramos então que a educação é constituída pela violência que se mostra nessa
contradição, em que desvelamos essa duplicidade: a primeira que se volta para o mercado,
para processos burocráticos, para manutenção do Estado e do direito, que é a educação mítica;
e a segunda, que se mostra nas fissuras, escombros e desvios, num acontecer presentificado no
tempo-do-agora que não se controla, mas da qual podemos avaliar a existência por seus
resultados e seu rompimento com a opressão: a educação divina. Por fim, isso possibilita
outro papel ao educador, possibilita outro entendimento do que seja educação, de seu
aparecimento como educação mítica ou educação divina e que, também passa pela
compreensão da violência. A partir dessas premissas lançadas para que a educação não seja
um projeto limitado às condições do capital, precisamos saber a que tipo de educação estamos
promovendo. A tese, neste sentido nos ajuda a perceber se estamos reforçando a educação
mítica, nas bases aqui explicitadas, que usa a violência do capital como forma de manutenção
e instauração do ciclo de dominação e opressão; ou, se estamos constantemente atentos a cada
instante revolucionário que a educação divina pode compor para resistir e revolucionar a
sociedade a partir de sua estrutura primeira.
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