Habilidades em consciência fonológica nos diferentes graus de severidade dos desvios fonológicos evolutivos
Resumo
O objetivo da presente pesquisa foi verificar a relação entre as habilidades em consciência fonológica e o grau de severidade dos desvios fonológicos evolutivos, considerando-se o Percentual de Consoantes Corretas (PCC), o Percentual de Consoantes Substituídas (PCS) e o Percentual de Consoantes Omitidas (PCO). A amostra foi constituída por 15 sujeitos com desvio fonológico evolutivo, com idades entre 5:0 e 6:7, sendo sete do sexo masculino e oito do sexo feminino. Os dados utilizados nesse estudo foram extraídos do banco de dados do projeto de pesquisa “Estudo comparativo da eficácia de três modelos de terapia fonológica no tratamento de crianças com desvios fonológicos evolutivos”, ao qual pertencem. Foram selecionados para esta pesquisa os sujeitos com diagnóstico de desvio fonológico e ausência de anormalidades nas avaliações fonoaudiológicas e complementares. A amostra foi dividida em quatro grupos, com base na análise do PCC e classificação do grau de severidade conforme Shriberg & Kwiatkowski (1982a). O resultado do PCC permite classificar o desvio em: severo, moderadamente-severo, médio-moderado e médio. Os dados relativos ao desempenho em consciência fonológica também foram obtidos do banco de dados do projeto referido anteriormente. Foram considerados os resultados da Prova de Consciência Fonológica (PCF) de Capovilla & Capovilla (1998). Esta prova é constituída por dez subtestes, os quais avaliam diversas habilidades, seguindo uma ordem crescente de complexidade. Neste estudo os subtestes foram subdivididos em: Tarefas Silábicas, Tarefas Fonêmicas, Rima, Aliteração e Total da PCF. Inicialmente foram calculadas as médias dos valores do PCC, PCS e PCO, bem como das tarefas em consciência fonológica para cada grupo de severidade. Após realizou-se a análise do desempenho nas tarefas da PCF de acordo com o PCC, PCS e PCO. Os dados foram submetidos à análise estatística. Os resultados permitiram verificar melhor desempenho nas Tarefas Silábicas, Rima e Aliteração em relação às Tarefas Fonêmicas, independente do grau de severidade do desvio fonológico e dos índices de substituição e omissão. Constatou-se que não houve diferença estatisticamente significativa nas tarefas de consciência fonológica em relação ao PCC, PCS e PCO. Concluiu-se com este trabalho que não houve relação entre as habilidades em consciência fonológica e os diferentes graus de severidade do desvio fonológico.
Coleções
- Fonoaudiologia [46]
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