Desenvolvimento da cognição na deficiência intelectual
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Data
2023-01-24Primeiro membro da banca
Souza, Carmen Rosane Segatto e
Segundo membro da banca
Sarturi, Fernanda
Terceiro membro da banca
Marquezan, Lorena Inês Peterini
Quarto membro da banca
Christmann, Morgana
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O presente trabalho possui como temática da tese o desenvolvimento da cognição na Deficiência
Intelectual (DI) e está vinculado ao curso de Doutorado em Educação, linha de pesquisa em educação
especial, inclusão e diferença, do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal
de Santa Maria (UFSM), Santa Maria-RS. A investigação apresenta como objetivo conhecer o processo
de aprendizagem das pessoas com deficiência intelectual a luz da concepção biológica do
desenvolvimento. O método foi pautado em uma pesquisa de natureza aplicada, com abordagem
qualitativa. Dessa forma, os passos metodológicos estão divididos em 8 seções, apresentando os
caminhos trilhados em todas as etapas da pesquisa, desde a seleção do local, público-alvo, os
instrumentos de coleta de dados, a pesquisa documental e de campo, até o método de análise e as
questões éticas. Primeiramente, por meio dos microdados do censo da educação básica, referentes ao
ano de 2020, divulgados pelo Inep e empregados como subsídios teóricos para estimular o debate
acadêmico voltado para analisar a situação da Educação Inclusiva no Brasil, verificou-se o número de
70.258 alunos matriculados com DI no Rio Grande do Sul. Desse modo, emerge o problema de
pesquisa, como a concepção biológica da cognição humana na perspectiva da inclusão educacional
pode favorecer a compreensão do processo de aprendizagem das pessoas com deficiência intelectual?
Para isso, utilizou-se como referência a teoria de Humberto Maturana sobre o desenvolvimento humano
e a biologia do amor. Por conseguinte, realizou-se uma pesquisa com professores de uma escola da
rede estadual de ensino de Santa Maria-RS, a escolha ocorreu pelo método de conveniência. Seguida
da autorização institucional, os docentes foram convidados para responder um questionário on-line. No
relato dos professores, consideram que o processo de escolarização dos alunos com DI é um desafio
ao sistema de ensino e suscita a reflexão sobre os processos de exclusão que ocorrem nos espaços
educativos aos quais os alunos são submetidos em sala de aula. Na sequência, foram analisados
trabalhos adaptados de alunos com DI, realizados no AEE com auxílio da educadora especial. A análise
evidenciou que a trajetória escolar dos alunos com DI geralmente é caracterizada por experiências de
obstáculos frente às adaptações e aos vínculos com professores e colegas. Da mesma forma, os alunos
com DI se sentem beneficiados com as atividades realizadas na sala de recursos multifuncional, com
as propostas ofertadas, com a dinâmica e com as estratégias utilizadas para desenvolver a
aprendizagem. A sala de recursos do AEE tem estímulos diversificados que propiciam a aprendizagem
e motivam os estudantes a permanecer em interação com os demais. Como resultado primordial,
defende-se a tese de que o desenvolvimento da cognição das pessoas com DI abrange o indivíduo
(orgânico) e suas influências/relações externas, guiadas pelas emoções, onde o meio produz
mudanças em seu acoplamento estrutural, agindo sobre o sujeito. Em suma, o propósito deve ser o de
garantir a inclusão do educando e maximizar seu aprendizado, destacando a importância de ações de
intervenção pedagógica, com uma educação pautada na biologia do amor, na mediação, no afeto, na
correção do fazer e não do ser, na aceitação, no respeito, na cooperação, nas relações que não
restrinjam, mas ampliem a capacidade de inteligência dos alunos. Além disso, os achados desta tese
têm demonstrado que em muitas escolas os alunos estão incluídos na sala de aula, mas excluídos das
relações e dos processos de ensino e aprendizagem. Destaca-se que o PDI seja de fato empregado
nas escolas, já que nesse planejamento são registradas todas as ações necessárias para que o aluno
com deficiência aprenda e consiga se desenvolver no âmbito escolar, familiar e social. Por fim, a Tese
é de que através da biologia do amor no processo de ensino aprendizagem há inclusão e acesso para
as pessoas com DI. Desta forma, é necessário pensar e efetivar ações para construir uma sociedade
onde as relações sejam de acolhimento e não de exclusão.
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