Monitoramento terapêutico e farmacocinética populacional da amicacina administrada em pacientes internados no Hospital Universitário de Santa Maria
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Data
2022-09-13Primeiro coorientador
Zimmermann, Estevan Sonego
Primeiro membro da banca
Alvez, Izabel de Almeida
Segundo membro da banca
Cruz, Letícia
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Infecções graves em ambiente hospitalar, sobretudo em pacientes em situações críticas, continuam a ser um problema significativo para o sistema de saúde associados a altas taxas de morbidade e mortalidade. A amicacina é uma importante aliada no tratamento de infecções graves e por microrganismos multirresistentes. Suas concentrações plasmáticas após a administração de uma dose variam amplamente entre os pacientes. Devido o comportamento farmacocinético diverso dos antimicrobianos na população, há um interesse crescente na utilização do monitoramento terapêutico de fármacos. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi quantificar as concentrações plasmáticas do antimicrobiano amicacina através de duas metodologias distintas em pacientes atendidos pelo Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). Adicionalmente, realizar uma abordagem de farmacocinética populacional para identificação de covariáveis e avaliação do impacto destas sobre os principais parâmetros farmacocinéticos. Amostras sanguíneas dos pacientes foram obtidas em momentos distintos, no pico e no vale. A quantificação dos fármacos no plasma foi realizada por cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massas e o imunoensaio de fluorescência polarizada. A determinação dos parâmetros farmacocinéticos individuais e populacionais foi obtida através do software Monolix®. Ao todo, 43 pacientes participaram do estudo e foram coletadas 132 amostras de sangue. As concentrações no momento de vale foram de, em média, 8,55 μg/mL (0,5 – 57,91 μg/mL). Já no pico, a média foi de 42,87 μg/mL (0,5 – 113,6 μg/mL). As metodologias de quantificação das concentrações plasmáticas de amicacina foram avaliadas estatisticamente através de regressão não-linear de Passing-Bablok e pelo gráfico de Bland-Altman e mostraram ser comparáveis, com uma diferença média de 0,271 μg/mL entre seus resultados, possibilitando a aplicação de ambas na rotina hospitalar. Modelos de farmacocinética populacional de um compartimento foram construídos com base nos dados obtidos para pacientes com função renal normal e com declínio da função renal. Os parâmetros farmacocinéticos obtidos foram clearance de 3,44 L/h e volume de distribuição de 23,41 L e clearance de 1,03 e volume de distribuição de 19,6 L, respectivamente. Dentre as covariáveis avaliadas, apenas a diálise foi significativa para os pacientes com declínio na função renal. Os resultados obtidos nesse estudo corroboram para a recomendação do monitoramento terapêutico da amicacina na rotina clínica, principalmente para populações especiais como pacientes críticos e com disfunção renal. Ainda, os modelos popPK construídos podem ser úteis para ajuste de dose e tomada de decisão baseada em evidência.
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