Relação entre cognição, sintomas depressivos e fragilidade em pessoas idosas
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Date
2023-03-08Primeiro membro da banca
Braz, Melissa Medeiros
Segundo membro da banca
Areosa, Silvia Virginia Coutinho
Metadata
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Nos últimos anos a população vem passando por um acentuado processo de envelhecimento.
Entender sobre as diversas características do processo de envelhecimento auxilia no cuidado
com a população idosa. A funcionalidade dos idosos é diretamente afetada pela fragilidade,
que por sua vez, é definida como o aumento da vulnerabilidade. Estudos evidenciam que a
incapacidade cognitiva e a fragilidade física possuem uma associação significativa entre
ambas. Portanto, essa pesquisa possui como objetivo avaliar os fatores cognitivos e sintomas
depressivos associados à fragilidade e perda da autonomia em pessoas idosas atendidas em
um ambulatório de geriatria de um hospital de atenção terciária de alta complexidade. O
estudo se caracteriza como observacional do tipo transversal e com abordagem quantitativa e
qualitaitva. A pesquisa faz parte de um projeto maior, intitulado “Fatores de risco para o
desenvolvimento da fragilidade em idosos” e possui como nº parecer do CEP 5.572.399. A
análise estatística dos dados ocorreu através do Programa SPSS (Statistics Package for the
Social Sciences) versão 22.0. Os dados clínicos e sociodemográficos são descritos através de
frequência absoluta (N) e relativa (%). Também foram realizados testes para as análises de
tendências e associação entre as variáveis categóricas através do teste de Qui-quadrado de
Pearson. Os testes foram realizados para verificar as associações entre as pontuações da escala
de fragilidade, relacionada às escalas de cognição e depressão. Para todas as análises foi
utilizado como referência p<0,05. A amostra do estudo foi composta por prontuários de 36
pacientes idosos atendidos pelo ambulatório de Geriatria. Diante do perfil sociodemográfico
da população estudada deve-se destacar o predomínio do sexo masculino e que possuíam, em
sua maioria 70 a 79 anos, com baixa escolaridade, a maior parte com 1º grau incompleto,
seguido por analfabetos. A amostra, em sua maioria, não apresentava queixas cognitivas e não
utilizavam medicamentos relacionados à demência. Já quanto ao uso de medicamentos para
sintomas depressivos e outros transtornos de humor, a maior parte da amostra fazia uso.
Houve predominância de idosos considerados pré-frágeis, seguido pelos frágeis. Quando
analisadas as escalas cognitivas, em sua maioria a amostra apresentou pontuações abaixo dos
escores esperados. Também constatou-se que há uma associação entre a Escala Frail e o Teste
de Fluência Verbal Semântica, o Teste do Desenho do Relógio e na Bateria Breve de Rastreio
Cognitivo, nas áreas de Memória Imediata e Memória Tardia. Vale destacar que não houve
associação entre a escala Frail e a presença de sintomas depressivos, avaliados pela Escala de
Depressão Geriática - 15. Também foi realizada uma revisão integrativa a fim de identificar as
avaliações cognitivas mais utilizadas durante o diagnóstico de fragilidade cognitiva, que se
destacam: Mini Exame do Estado Mental, Span de Dígitos e Montreal Cognitive Assessment.
Os resultados apresentados trouxeram dados e associações importantes no que tange a
fragilidade e a incapacidade cognitiva em idosos. Espera-se que estes dados contribuam para
o desenvolvimento de escalas próprias que abordem a fragilidade cognitiva e cuidados
específicos para a população idosa, a fim de direcionar, melhorar e qualificar os atendimentos
oferecidos pelos profissionais de saúde, objetivando o envelhecimento com autonomia,
independência e qualidade de vida.
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