O efeito contágio no mercado financeiro brasileiro: uma análise da crise gerada pela Covid-19
Abstract
A globalização financeira possui aspectos positivos e negativos sobre as economias e seus mercados financeiros. Dentre os problemas associados, está a maior interdependência entre os países, o que incide numa probabilidade maior da ocorrência de contágio das crises entre estes. Nos últimos anos tem-se observado uma rápida propagação das turbulências financeiras ao redor do mundo, esse fenômeno é conhecido como efeito contágio, o qual é desencadeado pelo fato de crises não se manterem apenas dentro de um país, e assim gerarem consequências nos demais mercados financeiros. Partindo desse pressuposto, o presente estudo visa analisar o efeito contágio da crise gerada pela Covid-19 no mercado financeiro brasileiro, com base em seis índices financeiros: índice Bovespa (Brasil), DAX Index (Alemanha), SSE Index e SZSE Index (China), Russell 3000 Index (Estados Unidos), AEX Index (Holanda), e o índice Merval (Argentina). Os quais figuram o mercado brasileiro e seus principais parceiros comerciais. A amostra foi considerada no período inteiro (2010-2023), mas também foi dividida em intervalos que representam o período pré-crise (08/01/2010 a 31/12/2019), crise (01/01/2020 a 22/04/2022), e pós-crise (25/04/2022 a 18/01/2023). A análise partiu de estatística descritiva e posteriormente a aplicação do modelo VAR para verificar a relação entre as variáveis, bem como função impulso-resposta e decomposição da variância. Os resultados indicam que nas diferentes amostras utilizadas há influências dos demais mercados sobre o mercado brasileiro, especialmente do mercado americano, alemão, argentino, e holandês, além dele mesmo em período defasado. Com base na decomposição da variância foi possível observar a intensificação da influência dos demais países sobre o mercado financeiro brasileiro em período de crise.
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