Travessias pelos corredores da memória: o museu do holocausto na sua constituição discursiva e política
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Data
2023-03-17Primeiro membro da banca
Cervo, Larissa Montagner
Segundo membro da banca
Sousa, Lucília Maria Abrahão e
Terceiro membro da banca
Venturini, Maria Cleci
Quarto membro da banca
Flores, Lucas Martins
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A presente pesquisa, intitulada “Travessias pelos corredores da memória: o Museu do
Holocausto na sua constituição discursiva e política”, tem como objetivo compreender como se
dá a constituição discursiva e política do Museu do Holocausto de Curitiba – PR. Para tanto,
atento ao discurso, na sua materialidade que é linguística, associando a língua à própria
construção da história da sociedade (ORLANDI, 2009), de modo a explicitar um ponto de vista
teórico e analítico que parte do museu como um lugar construído a partir de sujeitos, com vistas
às demandas que emanam do social e do cultural (VENTURINI, 2017), considerados os
atravessamentos da (res)significação da(s) história(s) do/sobre o acontecimento histórico e da
(re)construção da(s) memória(s) do/sobre o Holocausto. Sendo assim, em função das condições
de produção de minha pesquisa, realizada em grande parte durante a pandemia, proponho
observar como há um movimento de desfronteirização dessa instituição para sublinhar como as
incursões/travessias à instituição convocam o batimento entre os espaços digital e físico, os
quais conferem uma possibilidade de reinvenção do Museu do Holocausto de Curitiba – PR por
meio de reinvindicações sócio-históricas que direcionaram transformações museais. Nesse
empreendimento, o digital (res)significa determinadas práticas de relação do sujeito com o
mundo, do sujeito com a história, do sujeito com a memória, do sujeito com a linguagem e do
sujeito com o próprio museu, e, como resultado de minhas travessias, entendo que, na
contemporaneidade, há um movimento de desfronteirização dos museus, o que é potencializado
via rede mundial de computadores. Diante de aparentes fronteiras, os sentidos do/sobre o
Holocausto também são construídos no/pelo discurso digital, mas também pelos objetos que
são expostos pelo museu, e são essas relações que permitem, em meu gesto de leitura e de
interpretação, a compreensão de que, na sua incompletude, a instituição museal extravasa seus
próprios limites, promovendo derivas para diferentes espaços de significação, os quais colocam
em movimento novos/outros sentidos entre o mesmo e o diferente. São nas/pelas (re)invenções
e (re)dizeres do/sobre os museus, devido aos efeitos do tempo e espaço e dos batimentos entre
a história e a memória, que emerge uma nova configuração museológica, produzindo sentidos
e também constituindo o museu em (dis)curso no espaço digital, promovendo um
transbordamento desses espaços, desfronteirizando-os. Então, no/pelo efeito de estruturação do
Museu do Holocausto de Curitiba – PR, explicito como o(s) museu(s) contemporâneos,
especificamente aqueles que estão incumbidos de representar a história e a memória dos
genocídios, organizam discursos para promoverem e veicularem um discurso sobre o passado,
o presente e o devir, em suas incidências sobre as práticas sociais.
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