Figurações da memória nos romances The Remains of the Day e The Unconsoled, de Kazuo Ishiguro
Fecha
2021-05-10Primeiro membro da banca
Stefani, Mônica
Segundo membro da banca
Moreira, Luciane de Oliveira
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Embora pontes, entre passado e presente, sejam frequentemente estabelecidas, é evidente que essas
conexões revelam-se, aos poucos, incompletas, ambíguas e parciais, visto que práticas de
rememoração, nos textos literários, colocam em evidência certas escolhas estético-literárias na
representação da memória. Nesta dissertação, com base em evidências apontadas, objetivou-se um
estudo sobre a formatação da memória na literatura, do escritor nipo-britânico, Kazuo Ishiguro (1954),
a partir da análise de dois romances, The Remains of the Day (1989) e The Unconsoled (1995). Autor
de oito romances e de uma coleção de contos, dentre outros trabalhos significativos, Kazuo Ishiguro
também foi laureado com o Nobel de Literatura (2017), pelo conjunto de sua obra, e com o Man Booker
Prize (1989), por The Remains of the Day. Segundo Shaffer (1998), Ishiguro é um dos escritores mais
representativos de um cânone da literatura inglesa contemporânea. Tendo em vista a relevância de sua
obra, buscou-se não apenas um olhar crítico sobre sua literatura, com suporte em autores cuja memória
é discutida sob a ótica social, filosófica, histórica e literária, como Astrid Erll (2010), Ansgar Nünning
(2010), Birgit Neumann (2010), Joël Candau (2011) e Maurice Halbwachs (2017), entre outros, mas
também uma reflexão sobre a memória como construção processual e como produto (representação).
Dentre os aspectos considerados para a análise, enfatizam-se, na sua relação, os seguintes subtemas:
1) memória individual e coletiva; 2) memória e identidade; e, por fim, 3) memória, trauma e
esquecimento. Ainda, a escolha pelas duas obras, The Remains of the Day e The Unconsoled, devese
em razão de a memória estar representada como um fio condutor da trama e pela evidência de sua
seletividade, como processo mimético. Desse modo, a memória, em Ishiguro, é representada sob o
aspecto da reconstrução, da constante atualização do passado, em contextos sociais específicos, e
passível de ser analisada nos respectivos subtemas, como a memória individual e coletiva, a
identidade, o trauma e o esquecimento. Em síntese, nesses textos, o escritor demonstra que a memória
não é apenas um conjunto de impressões sobre o passado, mas um processo dinâmico, sujeito aos
matizes sociais, caracterizados por uma batalha ideológica sobre o registro dessas versões às
gerações futuras, tendo, como base, objetivos específicos para isso.
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