Suplementação de tanino de Acacia mearnsii em rações para frangos de corte
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Data
2023-04-24Primeiro membro da banca
Maysonnave, Greicy Sofia
Segundo membro da banca
Silva, Leila Picolli da
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Devido à pressão pela retirada do uso de antibióticos da produção avícola, cresce a
busca por aditivos naturais que exerçam função similar. Nesta realidade, o tanino de
Acacia mearnsii pode ser uma alternativa aos antibióticos, devido seu efeito
antimicrobiano. Entretanto, os taninos não possuem histórico de utilização na nutrição
de aves devido aos seus efeitos antinutricionais, que levam ao baixo desempenho.
Porém, os recentes avanços tecnológicos demonstram que estes efeitos podem ser
evitados, uma vez que se encontram intimamente relacionados a fonte e dosagem de
tanino utilizada, a categoria animal e ao status sanitário. Diante disso, o presente
estudo foi conduzido no Laboratório de Avicultura da UFSM, com o objetivo de avaliar
os efeitos da suplementação de níveis crescentes de taninos de Acacia mearnsii, na
dieta de frangos de corte submetidos a desafio com Clostridium perfringens. Um total
de 1620 pintos de corte de um dia de idade foram divididos em 6 tratamentos com 10
repetições de 27 aves cada. Os tratamentos consistiram em: controle não desafiado;
controle desafiado; controle desafiado recebendo ração suplementada com 300, 500,
700 ou 900 mg/kg de tanino de Acacia mearnsii. O desafio foi realizado com vacina
comercial para coccidiose no dia 1 e inóculo de C. perfringens via oral nos dias 11, 12
e 13. O desempenho foi avaliado semanalmente até 43 dias de idade. Aos 21 dias foi
realizado coleta de sangue para análise bioquímica e de permeabilidade intestinal,
através do marcador isotiocianato de fluoresceína (FITC-d), além de coletas de
conteúdo ileal para determinar a digestibilidade de nutrientes e amostras do jejuno
para morfometria. Aos 28, 35 e 43 dias, foram realizadas análises de qualidade de
cama e pododermatite. No dia 44 as aves foram abatidas para avaliação de carcaça
e coleta da coxa para análise de oxidação lipídica, durante 6 meses de
armazenamento a - 20ºC. Os dados foram submetidos à análise de variância usando
o programa SAS, com comparação de médias pelo teste de Tukey (P<0,05) e modelos
de regressão linear e polinomial quadrática. Foram observados menor desempenho,
parâmetros sanguíneos e maior permeabilidade do intestino, nos frangos desafiados
em relação aos não desafiados (P<0,05). A suplementação com tanino causou
aumento quadrático no ganho de peso (GP), melhora na conversão alimentar (CA) e
diminuição linear da oxidação lipídica da carne (P<0,05). A suplementação ótima foi
de 310, 444, 466 e 528 mg/kg de tanino para GP, CA, permeabilidade intestinal e
altura de vilosidades, respectivamente (P<0,05). A digestibilidade da proteína
melhorou com 374 mg/kg de tanino (P<0,05). Os resultados indicaram que baixos
níveis de suplementação de tanino na dieta de frangos de corte promovem melhorias
no desempenho, digestibilidade e saúde intestinal em desafio, enquanto níveis
crescentes de tanino retardam a oxidação lipídica da carne.
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