Análise da variabilidade espacial e zonas de produtividade em vinhedos de Cabernet Sauvignon e Shiraz, no Vale Central Gaúcho
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Data
2023-03-10Primeiro membro da banca
Fogaça, Aline de Oliveira
Segundo membro da banca
Weber, Liane de Souza
Metadata
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Um projeto piloto de implantação de viticultura de precisão foi iniciado na Vinícola
Velho Amâncio. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a variabilidade espacial da
vegetação (videiras), com uso de geotecnologias aplicadas à agricultura de precisão,
e propor uma sugestão de zonas de produtividade /ambientes. Um vinhedo de 1,3 ha
foi utilizado, localizado em Itaara, RS, Brasil, cultivado com videiras finas (Vitis
vinifera L.) cv. Shiraz (SH) e Cabernet Sauvignon (CS), conduzidas em espaldeiras,
com 21 anos de implantação. Em 2020 foi realizado voo com aeronave remotamente
pilotada (ARP) para obtenção de ortomosaico do vinhedo e definição de seus limites
no sistema de informação geográfica (SIG) Arc Map. As coletas de dados ocorreram
nos anos de 2021/22, com um grid de 50 pontos amostrais (PA), com até 3 plantas,
utilizados para contagens de videiras (produtivas, improdutivas, falhas/mortas) e
cachos de uvas. Foram usados sensores RGB e multiespectral na ARP (Phantom 4
e RedEdge-Mx), e também espectrorradiômetro (FieldSpec Hand Held 2 VNIR ASD),
para a geração de índices de vegetação (IV) (NDVI, NDRE, MPRI, NDWI, PSRI e
RED/GREEN). O teor relativo de clorofila foi determinado com clorofilômetro (Minolta
SPAD-502). A produtividade foi obtida pela multiplicação do número de cachos pelo
peso médio da vindima 2023 (SH – 87,51g; CS – 44,11g). Os dados foram
analisados por estatística descritiva, análise de comparação de postos teste MannWhitney (p=0,05), correlação de Spearman (p=0,05) e análise agrupamentos
hierárquico – Cluster. Com o Cluster foi possível agrupar as áreas de influência dos
PA, obtidas por polígonos de Voronói em SIG, para gerar a proposta inicial de zonas
de produtividade. Os resultados mostraram haver forte heterogeneidade e alta
variabilidade nos dados, tendo altas taxas de plantas improdutivas, falhas/mortas,
baixa produtividade, verificada no número de cachos de uva e massa fresca (kg),
seja por plantas ou por pontos amostrais, com diminuição do ano de 2021 para
2022. MPRI e RED/GREEN foram os IV que apresentaram correlações moderadas
com a produtividade acumulada (2021/22), 0,67 e -0,66 (p<0,05). Foram obtidas três
zonas de produtividade para o vinhedo, sendo 1 – baixa produtividade (grupo 1:
0,4166 ha; 0,170 kg PA-¹
), média produtividade ( 0,1723 ha; 0,740 kg PA-¹
), alta
produtividade (0,6239 ha; 1,29 kg PA
-¹
). Contudo, os dados sugerem declínio das
videiras e intervenções serão necessárias para obter maior produtividade, algo que
deverá ser analisado pelos gestores da vinícola, assim como o zoneamento
proposto. Os objetivos foram atendidos, ao descrever a variabilidade espacial das
videiras e gerar proposta de zonas de produtividade para fases futuras do projeto.
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