A argumentação epistêmica de um narrador não confiável: análise da ancoragem socioafetiva em Lolita (1955), de Vladimir Nabokov
Abstract
O romance Lolita (1955), de Vladimir Nabokov, gera muita polêmica pelo seu conteúdo e
também pelos posicionamentos que desencadeia no público. Assim, este trabalho de
conclusão de curso visa a compreender como o narrador não confiável do romance constrói a
sua argumentação ao longo da narrativa, decifrando como e quais estratégias argumentativas
são empregadas pelo personagem Humbert Humbert para influenciar o público do romance.
Para isso, empregamos os fundamentos teóricos da Ancoragem Socioafetiva (AMOSSY,
2020; G0NÇALVES-SEGUNDO, 2020), que se sustenta nos pilares aristotélicos do ethos e
do pathos e é um aprofundamento de uma das dimensões da Teoria Argumentativa.
Reconhecemos enquanto resultados da pesquisa o apuramento das diferentes formas em que o
narrador bifurca a sua imagem, a do auditório e a do assunto do livro. Acreditamos que, de
modo mais amplo, este trabalho pode contribuir para apresentar e estabilizar benefícios
provenientes da união dos campos vitais dos cursos de Letras, Linguística e Literatura.