O controle da invasora aguapé (Eichhornia crassipes) em ações de educação ambiental
Abstract
O presente estudo foi elaborado na ciência de que todos os biomas vêm sofrendo alterações devido a ação antrópica, ocorrendo ao tempo de passivos à formação de consciência em educação ambiental formal e informal. Apenas nos dois últimos séculos, as grandes guerras, as políticas centradas no uso dos combustíveis fósseis, a explosão populacional ao lado de epidemias e desigualdades sociais extremas, impactam civilizações. Produtos industriais, contaminantes efluentes, carências no saneamento público, são alguns fatores que vêm aumentando os níveis de nitrogênio e fósforo nas já escassas reservas mundiais de água doce. Outro problema são as águas ricas em nitrogênio (N) e fósforo (P) nas zonas tropicais e subtropicais: ambiente ideal à Eichhornia crassipes, popularmente conhecida como aguapé, espécie que é nativa da Amazônia brasileira. Sua bela floração foi comercializada para todos os continentes do planeta, exceto o Antártico. Essa planta é conhecida há séculos pelos indígenas como aguapey. Há uma década, tornou-se preocupante ao mundo, tida como a pior praga invasora da Península Ibérica, demandando rígida legislação europeia. Possui dois modos de reprodução e não há predadores consideráveis, inexistindo o controle natural. Favorece a proliferação de mosquitos e a disseminação de doenças. Sua densa vegetação disputa o oxigênio dos mananciais com todas as formas de vida existentes em seus arredores, além de impedir os efeitos benéficos da incidência dos raios solares na massa líquida. Os danos causados por essa espécie prejudicam a navegação, a atividade pesqueira, o turismo, o funcionamento de turbinas hidroelétricas, bem como todas as iniciativas humanas que envolvem os múltiplos usos da água. O controle dessa invasora é prioritário. Urge que se proporcione imediato “ecoenvolvimento” de crianças e jovens à causa, sendo esses futuros vetores do saber aos mais velhos, o que é fundamental. Há de se ampliar o conhecimento do uso de herbicidas, como grandes matadores de abelhas. A aplicação de glifosatos para combater a macrófita, é estimulada através de publicidade antiética (proibida em vários países) voltada ao agronegócio e ao meio rural, que faz apenas dispersar na natureza químicos cancerígenos e não evita novos repovoamentos no caso, da espécie Eichhornia crassipes. Observa-se que as vastas áreas de predominância da planta no planeta são os mesmos locais alagáveis e próprios à agricultura de produção do arroz Oryza sativa L. A popular casca de arroz, advinda da monocultura rizícola, pode até fertilizar o solo se incinerada, mas contamina o ar e, se lançada na natureza, polui o solo. No presente estudo, procuramos pôr em prática uma proposta ainda que incipientemente, como um experimento em pequena escala, porém diante de uma exacerbada oferta no meio; espera-se obter uma melhor compostagem ao unir duas biomassas diferentes. Assim, suprimem-se as substâncias indesejáveis e seus efeitos, quando associadas e perfeitamente decompostas entre si, são transformadas em um substrato estável; um adubo composto natural. Pretende-se obter um produto rico nos nutrientes P e N e dezenas de micronutrientes melhor assimiláveis ao solo e às culturas agrícolas. Nas seções seguintes, buscamos demonstrar, pelo caminho mais sustentável possível, como alcançar esses objetivos. Para tanto, para demonstrar aos discentes, utilizamos ações de educação ambiental informais de compostagem, com procedimentos ocasionais sistematizados em que a reutilização dos materiais e a economia de energia foram priorizados. Os resultados reúnem-se materialmente das avaliações comparativas entre duas compostagens; ao passo que, no aspecto didático avaliativo, aplicamos um questionário que demonstra o sucesso em instigarmos a curiosidade e a tomada de atenção dos discentes do Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Santa Maria (CEFD/UFSM) com o tema da pesquisa. Na conclusão deste trabalho, trazemos instruções que norteiam as ações ambientais supracitadas, que são factíveis e foram realizadas por apenas uma pessoa. Elas foram assim demonstradas, emocionando e motivando os alunos, como práticas saudáveis e sustentáveis, como também o são os jogos de coleta de aguapé, o Plogging dessa planta, as oficinas de hortas utilizando os húmus obtidos, instrumentos já a disposição da Educação Ambiental da UFSM.
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- Educação Ambiental [190]
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