Este trabalho visa compreender o impacto duradouro da notícia sobre a morte da jornalista Shireen Abu Akleh como um acontecimento jornalístico e político de interesse global na agenda midiática. O estudo monitorou, durante um ano, diferentes categorias do texto jornalístico e encontrou 469 textos que reportaram o acontecimento. O estudo utilizou a abordagem de acontecimento político de Weber (2011), Quéré (2005) e França (2017) e Benetti (2010), Traquina (2005) e Alsina (1993) para responder à questão de pesquisa que destaca o assassinato desta jornalista palestina frente as mortes de todos os jornalistas que trabalham em conflitos ao redor do mundo e, especificamente na Palestina. A metodologia empregada é qualitativa, permitindo a agregação de outros pressupostos metodológicos para alcançar os objetivos da pesquisa. Os resultados revelam que a morte de Shireen Abu Akleh pode ser dividida em dois acontecimentos: morte e o funeral e é tanto um acontecimento jornalístico quanto um acontecimento político. Sendo considerada uma voz de esperança pelo povo palestino devido às suas reportagens sobre os crimes de guerra israelenses a morte dessa jornalista carrega importante valor simbólico do acontecimento. Quanto à repercussão, verificou-se que a dupla cidadania da jornalista, palestina-americana, também atraiu a atenção pública tanto do oriente como do ocidente, o que se reflete na permanência do caso na agenda midiática, conforme evidenciado pelos dados coletados um ano após sua morte. Em suma, este estudo proporcionou uma compreensão sobre o processo de construção do acontecimento e suas características nos diferentes produtos jornalísticos analisados.