Por uma educação infantil dialógica, na direção da educação para o pensar – Lipman e Freire
Fecha
2023-03-04Primeiro membro da banca
Muller, Rudinei
Segundo membro da banca
Oliveira, Valeska Maria Fortes de
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Esta dissertação de Mestrado foi desenvolvida na Linha de Pesquisa/LP1- Docência, Saberes e
Desenvolvimento Profissional, do Programa de Pós-graduação em Educação, da Universidade
Federal de Santa Maria/RS e visa sistematizar o referencial teórico da “educação para o pensar”,
ao estilo filosófico de Matthew Lipman e estabelecer suas possíveis relações com aquilo que
Paulo Freire denomina de “pensar certo”, tendo o diálogo pedagógico como questão central em
ambos os autores. Na continuidade, pretende-se compreender de que modo a educação para o
pensar poderá ser desenvolvida com crianças na Educação Infantil, porque o autor afirma que
nessa fase de desenvolvimento infantil as crianças estão mais abertas à aprendizagem e ao
desenvolvimento de suas capacidades, bem como da consciência moral. Freire concorda com
Lipman quanto a esses aspectos, mas além deles, numa situação diversa da norte-mericana,
acentua que essa educação para “pensar certo” leva necessariamente ao pensamento crítico
diante do contexto de desigualdades sociais, e que a formação para o exercício da cidadania
somente se consolida na práxis de transformação das estruturas sociais que as produzem,
conforme a sua proposta de alfabetização como conscientização. Desenvolvemos os pontos
comuns aos autores, como a educação para o pensar crítico, mediante procedimentos dialógicos
e a similaridades entre o que Freire denominou como “Círculos de Cultura”, no processo de
alfabetização, e Lipman de “comunidade de investigação”, na educação das crianças. A prática
dialógica faz parte da natureza da filosofia, da educação para o pensar e igualmente da
aprendizagem de “pensar certo”, que Freire enfatiza tantas vezes na Pedagogia da Autonomia
(1999). Lipman (1990, 1995), Freire (1987, 1992, 1994, 1996), e Vygotsky (1989), e, ainda que
a distância, sob as influências da tradição socrática no que se refere à criticidade dialógica, à
reflexão e, de modo geral ao humanismo que é sustentado pela estreita relação entre filosofia e
democracia serão as referências da pesquisa. Em termos metodológicos é quase que
desnecessário afirmar que, por se tratar de uma pesquisa teórica, bibliográfica, ela será de cunho
qualitativo, segundo a definição de Triviños (1987). Nesse momento da reconstrução teórica
podem figurar exemplos de experiências, de algumas metodologias em sala de aula, mas apenas
como suportes para a compreensão teórica da importância dessa proposta de educação para o
pensar com as crianças na educação infantil. Essa dissertação poderá ser mais uma contribuição
na direção da importância dos procedimentos dialógicos para o desenvolvimento de um pensar
mais filosófico e crítico desde os primeiros anos escolares.
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