Efeito do uso de diferentes práticas silviculturais e modelos de plantio misto de espécies arbóreas em área degradada no sul do brasil.
Resumen
As áreas de florestas nativas atualmente encontram-se em um cenário de intensa pressão antrópica. O desmatamento e a degradação florestal representam ameaças preservação da biodiversidade e a prestação de serviços ecossistêmicos, sendo a Mata Atlântica uma das formações florestais mais ameaçadas em todo o mundo. A restauração florestal é uma das ciências que permite a recuperação das funções ecológicas de ecossistemas degradados. Nesse sentido, o uso de plantios mistos de espécies nativas e exóticas comerciais, aliado ao uso de práticas silviculturais intensivas tendem maximizar o sucesso no estabelecimento de espécies florestais, o aporte de carbono, bem como possibilita benefícios sociais e econômicos. Nesse sentido, o presente estudo objetivou identificar o efeito do uso de modelos de plantios mistos de espécies nativas e exóticas, aliado a diferentes práticas silviculturais, sobre a sobrevivência, crescimento e aspectos fisiológicos de espécies florestais nativas em área degradada no Sul do Bioma Mata Atlântica. O experimento foi instalado em setembro de 2020, em área degradada no município de Dois Irmãos das Missões, noroeste do Rio Grande do Sul. O estudo foi conduzido em delineamento de blocos ao acaso, contendo 4 repetições em um esquema fatorial 2×2, (dois modelos de plantio misto de espécies arbóreas × duas práticas silviculturais). Os modelos de plantio consideraram o uso de 5 espécies nativas combinado com o uso de Eucalyptus dunnii e Acacia mearnsii. As práticas silviculturais consistiram no uso de práticas silviculturais intensivas e convencionais. Foram avaliados dados de sobrevivência, crescimento em altura (H), diâmetro do coleto (DC) e atributos da fluorescência da clorofila a (Taxa de transporte de elétrons e rendimento quântico máximo do PSII). Não verificou-se interação significativa entre as práticas e os modelos de plantio para a sobrevivência das espécies estudadas. O uso de práticas silviculturais intensivas maximizou a sobrevivência de Cedrela fissilis e o crescimento em H e DC para as espécies Cordia americana e Vitex megapotamica aos 24 meses após o plantio. De maneira geral, plantas conduzidas sob a silvicultura intensiva apresentaram os maiores valores de taxa de transporte de elétrons e rendimento quântico máximo do PSII. Dentre as espécies estudas, C. americana e V. megapotamica foram as que apresentaram melhor desempenho nos atributos avaliados. Já a espécie C. fissilis se mostrou extremamente suscetível a ocorrência de baixas temperaturas, apresentando sobrevivência inferior a 50 %. Para Araucaria angustifolia constatou-se maior desenvolvimento na silvicultura convencional, onde a presença de sombreamento nos primeiros meses de desenvolvimento mostrou ser essencial para o seu estabelecimento.
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