Dinâmica do carbono influenciada pela qualidade de resíduos culturais, teor inicial de carbono e textura em dois solos subtropicais
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Data
2020-02-28Primeiro coorientador
Angers, Denis
Primeiro membro da banca
Pilecco , Getúlio Elias
Segundo membro da banca
Bayer, Cimélio
Terceiro membro da banca
Weiler, Douglas Adams
Quarto membro da banca
Schmatz, Raquel
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A qualidade dos resíduos culturais e o teor de carbono (C) no solo influenciam a dinâmica do
C dos resíduos em solos agrícolas. No entanto, existe um entendimento limitado do destino do
C dos resíduos e do balanço líquido de C no solo após a adição dos resíduos, particularmente
em solos sob plantio direto a longo prazo. Para avaliar isso, resíduos marcados com 13C (parte
aérea e raízes de soja e sorgo) foram incorporados em solos com distintas textura e conteúdo de
C (arenoso alto-C, arenoso baixo-C, argiloso alto-C e argiloso baixo-C) e incubados por 360
dias em condições de laboratório. A liberação de C-CO2 e 13C-CO2 foi avaliada continuamente
e a quantificação do 13C remanescente nos resíduos e no solo aos 28, 180 e 360 dias. No solo
coletado aos 360 dias foi realizado o fracionamento físico da matéria orgânica do solo (MOS)
(<53 μm, 53-250 μm e >250 μm). A mineralização do C dos resíduos foi influenciada pela
qualidade e quantidade adicionada e também pelo teor inicial de C do solo, havendo interação
significativa entre os fatores. Os solos com alto C propiciaram uma maior decomposição dos
resíduos. A quantidade de C mineralizado da MOS após a adição dos resíduos foi 1,6 vezes
maior nos solos com alto C do que com baixo C. Isso, indica que a de ciclagem do C nos solos
com alto C é rápida comparada a solos com baixo C. Por outro lado, nos solos com alto C não
foi observada a ocorrência de maior efeito priming (EP) acumulado após 360 dias, conforme
era esperado. As raízes, em geral, apresentam menor EP do que os resíduos de parte aérea, já
que apresentam menor índice de decomposição ao final do período. O maior EP acumulado foi
observado no solo arenoso baixo-C, onde não foi verificada uma fase tardia de EP negativo,
conforme observado nos demais solos. A recuperação de C dos resíduos no solo aos 360 dias
sofreu efeito da interação entre o teor de C e o tipo de resíduo, sendo que a qualidade dos
resíduos apresentou maior efeito nos solos pobres em C, onde resíduos de soja incrementaram
mais C do que os resíduos de sorgo. As raízes também se destacaram por contribuir com maior
quantidade de C na fração fina dos solos pobres em C, enquanto que nos solos ricos em C
ocorreu um maior do acúmulo nas frações grosseiras. O balanço líquido de C no solo indicou
que as quantidades de C derivado dos resíduos superaram as perdas de C mineralizado da MOS
apenas no solo com baixo C. Os resultados mostram uma interação complexa entre
características dos resíduos culturais e do solo que atuam sobre a dinâmica de retenção de C
novo no solo, assim como sobre a intensidade das perdas de C do solo via mineralização da
MOS. As intensas perdas de C nos solos com alto-C (chegando a 11% do teor inicial de C) e a
maior eficiência de estabilização de C nos solos com baixo-C ressaltam a importância de
estratégias para estabilização de C em camadas subsuperficiais no sistema plantio direto.
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