Estudo da mortalidade infantil: um modelo de regressão logística múltipla
Abstract
O objetivo deste estudo foi analisar os dados do Sistema de Informações sobre Nascidos
Vivos (SINASC) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) para identificar os
fatores de risco para a mortalidade infantil de nascidos vivos de mães residentes nos
municípios pertencentes à 4ª Coordenadoria Regional de Saúde, RS, no ano de 2006. Para a
análise dos respectivos dados, foi realizado um estudo longitudinal, utilizando um modelo de
regressão logística múltiplo. O coeficiente de mortalidade infantil (CMI), que expressa o risco
de um nascido vivo morrer antes de completar um ano de vida, é considerado um dos mais
eficientes indicadores da qualidade de assistência à saúde, bem como do nível sócioeconômico
de uma população. Neste estudo a variável dependente (desfecho) corresponde à
ocorrência ou não de óbito em bebês com menos de um ano de vida. Os resultados do ajuste
do modelo indicam que os fatores de risco preditores significativos (p ≤ 0,05) para
mortalidade infantil incluem as variáveis: estado civil (mãe sem união estável: OR = 2,0),
idade gestacional (prematuro: OR = 3,3), peso ao nascer (baixo peso: OR = 4,7), índice de
Apgar no 1º minuto (≤ 8: OR = 3,9), índice de Apgar no 5º minuto (≤ 8: OR = 5,6) e
anomalias congênitas (com anomalia: OR = 20,4). Estes resultados corroboram com a maioria
daqueles encontrados na literatura sobre mortalidade infantil no Brasil. Este estudo
possibilitou o uso das bases de dados de nascimentos e óbitos, sugerindo uma melhor
vigilância e planejamento das políticas públicas de saúde, com ênfase aos cuidados e atenção
às gestantes e aos recém-nascidos, com o intuito de identificar precocemente as possíveis
doenças maternas e fetais, proporcionando uma melhor qualidade de vida do bebê.