Análise da anisotropia orbital de populações de galáxias em aglomerados
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Date
2023-07-28Primeiro membro da banca
Trevisan, Marina
Segundo membro da banca
Schimoia, Jáderson da Silva
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Neste trabalho analisamos os perfis de anisotropia de velocidades β(r) das populações de
galáxias star forming (SF), transição (T), AGN e quiescente (Q), pertencentes a aglomerados
gaussianos, com o objetivo de estudar o impacto do perfil orbital de uma galáxia no
processo de inibição da sua formação estelar, bem como no ativamento ou cessamento
da atividade nuclear. Ademais, analisamos separadamente as amostras de galáxias de
aglomerados gaussianos (G) e não gaussianos (NG), a fim de compararmos seus estágios
de evolução. Para realizar essa investigação utilizamos uma amostra composta por 177
aglomerados G e 34 aglomerados NG, os quais contêm, respectivamente, 11195 e 7055
galáxias. As galáxias pertencentes a aglomerados G foram classificadas com base no principal
mecanismo responsável pela ionização do gás através dos diagramas de diagnóstico
BPT e WHAN. Após normalizar as posições radiais e as velocidades peculiares das galáxias,
as agrupamos em dois “pseudo-aglomerados”, denominados aglomerados ensemble,
separando galáxias pertencentes a aglomerados G e NG. Os perfis de anisotropia de velocidades
foram obtidos utilizando-se o código MAMPOSSt e a inversão das equações
de Jeans. Nossos resultados mostram que as galáxias Q são aquelas que apresentam
as menores distâncias projetadas e dispersões de velocidades, enquanto as galáxias SF
apresentam os maiores valores de distância radial e dispersões de velocidades. As populações
T e AGN apresentam dispersões de velocidades semelhantes, embora a população
AGN se encontre menos espalhada no aglomerado. Os perfis de ν(r), σP (R) e β(r) indicam
que as populações Q e AGN estão próximas do equilíbrio, ao passo que a população
T apresenta alguns sinais de não equilíbrio. Os resultados da população SF são compatíveis
com uma população não equilibrada. Interpretamos esses resultados em um cenário
no qual uma população de galáxias SF em processo de infall, portanto dotada de maiores
energias cinéticas, é afetada por mecanismos ambientais que a transformam em uma
população quiescente com menores dispersões de velocidades. Uma fração das galáxias
no processo de transformação de SF para Q podem despertar atividade nuclear devido a
mecanismos ambientais, aparecendo como uma população T com um maior grau de virialização.
Ao analisarmos separadamente as amostras de aglomerados G e NG, obtemos
que galáxias em aglomerados G apresentam distâncias típicas ao centro do aglomerado
menores, bem como dispersões de velocidades mais baixas do que galáxias em aglomerados
NG. Através dos perfis de β(r) concluímos que ambas as populações apresentam
algum grau de não equilíbrio, embora a população NG certamente é menos virializada do
que a população G. Por fim, no caso da população G, argumentamos que os sinais de não
equilíbrio se devem à presença de uma população mais recentemente acretada (SF).
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