A manualização do saber linguístico: o discurso sobre igualdade em manuais de linguagem inclusiva de gênero do Brasil
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Date
2023-05-11Primeiro membro da banca
Garcia, Dantielli Assumpção
Segundo membro da banca
Sturza, Eliana Rosa
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Este estudo apresenta uma análise discursiva, com base na Análise do Discurso (AD)
francesa, articulada à História das Ideias Linguísticas (HIL), de dois manuais de
linguagem inclusiva de gênero brasileiros, publicados digitalmente, de autoria de
instituições político-governamentais de relevante representatividade política no Brasil:
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Simulação das Nações Unidas para Secundaristas
(SINUS). Os manuais analisados são os seguintes: “Manual de linguagem inclusiva”
(SINUS, 2017) e “Guia de linguagem inclusiva para flexão de gênero: aplicação e uso
com foco em comunicação social” (TSE, 2021). O objetivo desta pesquisa é
compreender como ocorre o processo de manualização do saber linguístico em
manuais de linguagem inclusiva brasileiros, por meio de uma análise embasada no
aparato teórico-metodológico da AD, mobilizando conceitos, como: discurso, língua,
formação discursiva, formação ideológica (PÊCHEUX, 2014a) e discurso digital
(DIAS, 2015). Segundo a HIL, entendemos o manual enquanto um instrumento
linguístico-tecnológico (AUROUX, 2014), bem como parte do processo de
manualização (PUECH, 1998). Precisamos ir além da AD e da HIL para realizar estas
análises, visto que é imprescindível basear-se no conceito de gênero performativo
(BUTLER, 2015). Enfatizamos que essa análise discursiva se estabelece em três
momentos. Primeiramente, elencamos manuais de linguagem inclusiva de gênero
brasileiros, elegidos por serem atuais, concisos e disponíveis gratuitamente na
internet. Em um segundo momento, para elaborar o corpus de pesquisa, escolhemos
dois manuais. Em um terceiro momento, analisamos, conforme as etapas analíticas
propostas por Orlandi (2020a). Vale dizer que a análise discursiva foi realizada
pensando a produção de sentidos segundo a teoria pecheutiana, perpassando a
relação entre o sujeito, a língua, a ideologia e a história. Dito isso, desde nossos
gestos de interpretação, as sequências discursivas analisadas apresentam discursos
que produzem sentidos sobre igualdade em instituições determinadas sociohistoricamente. Reiteramos que buscamos compreender como se organizam os
sentidos, em um processo de manualização, através de uma análise do discurso sobre
igualdade, considerando a emergência da publicação de manuais de linguagem
inclusiva no Brasil, a partir do início da segunda década do século XXI, acontecimento
que simboliza uma potencial produção científica da Linguística, aos campos do saber
da AD e da HIL.
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