Repercussões da pandemia em determinantes sociais de saúde de adolescentes
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Date
2023-08-11Primeiro coorientador
Patias, Naiana Dapieve
Primeiro membro da banca
Santos, Samara Silva dos
Segundo membro da banca
Paludo, Simone
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Durante a pandemia da Covid-19, entre 2020 e 2022, foi promovido um processo de
precarização de políticas públicas de saúde e assistência social, as quais visam amparar
populações de risco com ações e serviços voltados a garantir direitos fundamentais, como os
elencados pelo artigo 6º da Constituição Federal: educação, saúde, alimentação, trabalho,
moradia, lazer, dentre outros. Com isso, supõe-se que uma pandemia com as proporções da
Covid-19 tem o potencial de ampliar o processo de vulnerabilização de populações que já
viviam sem os seus direitos fundamentais garantidos, como é o caso de adolescentes brasileiros
em situação de vulnerabilidade social. Diante deste cenário, esta dissertação teve como objetivo
investigar as repercussões da pandemia da Covid-19 em aspectos que são Determinantes Sociais
de Saúde (DSS) de adolescentes por meio de dois estudos. O primeiro estudo, teórico, objetivou
explorar e descrever as evidências científicas nacionais sobre as repercussões da Pandemia da
Covid-19 em Determinantes Sociais de Saúde (DSS) de adolescentes brasileiros. Trata-se de
uma Revisão de Escopo, realizada conforme as diretrizes do Instituto Joanna Briggs. As
evidências coletadas nos 17 estudos selecionados indicaram um aumento de iniquidades no
acesso de adolescentes a direitos fundamentais durante a pandemia, tais como alimentação,
moradia, lazer e saúde. No entanto, os resultados desses estudos se referem a adolescentes
acessados em contexto hospitalar, situação de rua, escola e ambiente virtual, não sendo
identificados estudos sobre populações de adolescentes em outros contextos, como o
acolhimento institucional ou o socioeducativo, por exemplo. Diante dos resultados da revisão
de escopo, o segundo estudo, empírico, objetivou explorar e descrever as repercussões da
pandemia na vida de adolescentes que estavam, durante a pandemia, cumprindo medida
socioeducativa em Unidade de Internação de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul.
Trata-se de um estudo de casos múltiplos de natureza qualitativa e caráter transversal realizado
com quatro adolescentes. Os resultados evidenciaram que a pandemia ampliou vulnerabilidades
relacionadas à saúde, educação e proteção social, mas a internação oportunizou o acesso a estes
direitos fundamentais. Entretanto, identificou-se repercussões da pandemia nas expectativas
dos adolescentes em relação ao futuro após a pandemia. Conclui-se que a pandemia acirrou
vulnerabilidades, principalmente para adolescentes vítimas de iniquidades no decorrer do seu
desenvolvimento e que se envolveram com a prática de atos infracionais. Neste sentido, embora
a internação socioeducativa viabilize um certo amparo, ela parece insuficiente para enfrentar o
complexo problema da vulnerabilização que demanda ações e serviços intersetoriais,
englobando políticas sociais públicas de educação, saúde e assistência. Portanto, entende-se que
são necessárias mais investigações sobre a problemática e ações intersetoriais, envolvendo a
justiça, saúde e assistência social, a fim de que sejam qualificadas e ampliadas as estratégias de
promoção, proteção e recuperação da saúde de adolescentes brasileiros.
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